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FUNCIONALISMO PÚBLICO FAZ MANIFESTAÇÃO NO CAB, INTENSIFICA A UNIDADE DE LUTA E MOBILIZAÇÃO



Com muita indignação e gritos de ordem como: “Servidor na rua, Jerô a culpa é sua”, representantes da ADUNEB e das demais associações docentes (ADUFS, ADUSB e ADUSC), que integram o Fórum das ADs, ocuparam as ruas do Centro Administrativo da Bahia (CAB), na manhã desta quinta-feira (18), em Salvador. A ação somou forças a outros cinco sindicatos do funcionalismo estadual na reivindicação sobre o pagamento do reajuste da inflação para as mais de 370 mil servidoras/es públicas/es estaduais.

Para o protesto, o Movimento Docente das quatro Universidades Estaduais da Bahia (UEBAs) aprovou em assembleias da categoria a paralisação das atividades acadêmicas por 24h. Em apoio às/aos professoras/es, representações do Movimento Estudantil das universidades estaduais da Bahia também marcaram presença no CAB.

Para o Coordenador Geral da ADUNEB, Clóvis Piáu, além de mostrar o poder de união do funcionalismo público, a manifestação marcou o início da intensificação dos protestos contra o descaso do governo estadual. “A ação de hoje mostra que estamos mobilizadas e mobilizados. Esse é o primeiro dia da intensificação do nosso movimento, que ainda tem um grande potencial de crescimento. Nós estamos agregando mais sindicatos para fazer frente ao Governo do Estado. Estamos dispostos a ir até o fim para garantir nossos direitos”, afirmou o professor. 

  

Concentração em frente à Governadoria. Portões fechados para a manifestação pacífica

 Após viajar a madrugada inteira, de Juazeiro a Salvador, e ir direto para a manifestação, o Coordenador de Comunicação da ADUNEB, João Borges mostrou sua indignação. “É necessário que os representantes do governador apresentem uma proposta de verdade, que nos valorize e mostre a real importância do funcionalismo público para o desenvolvimento do Estado da Bahia. Consideramos um avanço a abertura das negociações, mas a proposta oferecida até o momento é irrisória”, desabafou Borges.

 Proposta rebaixada

Quanto à questão salarial, a proposta apresentada pelo governo sugere um reajuste dividido em duas parcelas: a primeira em maio, de 2%, e a segunda em setembro, também de 2%, somados a uma complementação para as universidades estaduais de 2,67%. No total, o reajuste seria de apenas 6,97%. Valor muito abaixo dos quase 50% de defasagem salarial, devido ao não pagamento do reajuste linear, desde 2015. A proposta inclui ainda um aumento do auxílio-alimentação, que passaria de R$ 12 para R$ 20 diários, alterando o valor mensal para R$ 440.

 Porta dos fundos

O protesto teve início em frente à Governadoria, local em que as/os docentes foram proibidos, por policiais, de entrar no estacionamento para uma manifestação pacífica. Em passeata, após o coletivo passar pelo Ministério Público da Bahia e Tribunal de Justiça, dirigiu-se à Assembleia Legislativa, pois ocorria uma solenidade com a presença do Governador Jerônimo Rodrigues. A intenção do movimento era dialogar com o Chefe do Executivo.  

 

Escadaria do Ministério Público da Bahia

O grupo de manifestantes, novamente de maneira pacífica, ficou localizado próximo a entrada oficial da Alba, onde estavam um forte policiamento e o carro do governador. Porém, após a solenidade, de maneira absolutamente desrespeitosa, para evitar o diálogo com as/os funcionárias/os públicas/os, Jerônimo Rodrigues preferiu sair pela porta dos fundos da Casa de Leis. O Governador não quis dialogar com seus trabalhadores, muitos dos quais docentes universitários, cargos iguais ao ocupado por ele há poucos anos. Para a coordenação da ADUNEB, o ato de fuga diz muito sobre quem está à frente do Governo Estadual e a maneira como trata a pauta de reivindicações da categoria. A luta está apenas começando!

 

Servidoras/es em frente à Governadoria

 Interior de luta

Neste dia de paralisação das UEBAs, embora a manifestação tenha sido realizada em Salvador, as/os docentes dos campi da UNEB do interior, que não puderam vir pra Capital, não fugiram à luta. Em Guanambi, por exemplo, as representações do Movimento Docente do Campus XII, Dinalva Macêdo e Osaná Macedo participaram de uma entrevista na Rádio FM 96. Em Barreiras, foi a vez do professor Gérson Argolo, também representante da seção sindical, participar de entrevista para a Rádio Oeste 98,5 FM. Em Serrinha, a representação da ADUNEB, Telma Regina Nascimento esteve na Rádio Continental AM. Na quarta-feira (17), no Campus de Teixeira de Freitas, a professora Cecília Mourão e colegas passaram em salas de aulas para conversar com estudantes e, ainda, conseguiram divulgar a paralisação acadêmica em um site local. Entre os assuntos abordados estavam a pauta de reivindicações da categoria docente e a manifestação no CAB.

 

Profs. Dinalva Macêdo e Osaná Macedo na Rádio FM 96, em Guanambi.