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ADUNEB participa do Grito das/os Excluídas/os e clama por justiça social e pela vida do povo negro



 

Você tem fome e sede de quê?
Fome de respeito e igualdade
Sede de trabalho
Fome de vida em abundância
Sede de justiça social

 

Recepcionada pelos versos do Hino do Grito 2023 que ecoava do trio elétrico, aos poucos a população foi chegando de todas as regiões de Salvador. O Grito das Excluídas e dos Excluídos mostrou, mais uma vez, a beleza da diversidade, a força da união dos povos em nome da igualdade, da justiça social, da democracia e pelo bem viver. E seguindo seu compromisso histórico de lutar por um país justo, a ADUNEB novamente marcou presença no ato, que aconteceu nesta quinta-feira (07), dia que marca a Independência do Brasil. Após concentração no Campo Grande, as representações de entidades religiosas, dos movimentos sociais, populares, sindicais, estudantis e simpatizantes à causa, ocuparam as ruas e caminharam até a praça Castro Alves. 

Dentre as várias reivindicações no ato, um dos destaques ficou para o clamor por paz, justiça e vida em segurança para o povo negro. A atitude foi uma reação popular contra a violência histórica imposta no país a essa população, sobretudo levada a cabo atualmente pelo braço armado do Estado. Uma questão que tem tido proporções ainda mais graves na Bahia, local em que, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, entre 2015 e 2022, as mortes efetivadas por policiais cresceram 313% (leia aqui a matéria da ADUNEB). Vários discursos realizados pelas representações das entidades presentes lembraram os recentes assassinatos das/os quilombolas Mãe Bernadete (leia aqui), em Simões Filho, e Willian Barros (leia aqui), em Juazeiro.

Uma das representantes da ADUNEB no ato foi a professora Iris Verena de Oliveira, Coordenadora da pasta de Gênero, Etnia e Diversidade da Seção Sindical. Ela ressaltou a atuação do Movimento Docente na frente de luta contra a violência policial em todo o Estado. “A ADUNEB está com os indígenas no Extremo-Sul da Bahia, com os quilombolas na região de Juazeiro; na luta contra a polícia que está matando nossos jovens no interior. A ADUNEB está na luta contra a violência policial aqui em Salvador, que impede que a juventude negra chegue à universidade. Estamos aqui para dizer que enquanto houver racismo, preconceito, não haverá democracia. Estamos nessa luta juntas, juntes e juntos, nesse primeiro Grito dos Excluídos na reconstrução do Brasil. Nós, população negra, precisamos ser respeitadas e respeitados. Vidas negras importam!”. 

Professora Iris Verena com a bandeira da ADUNEB, em defesa da diversidade de gênero e de sexualidade,
momentos antes de falar no trio elétrico 
ADUNEB na luta

Compondo o grupo da ADUNEB no ato, a professora Maira Porto Fé de Melo, do Campus de Alagoinhas, explicou a participação histórica da ADUNEB no Grito. “As professoras e os professores da UNEB sempre participaram desse movimento em defesa das excluídas e dos excluídos. É um movimento que tem uma dimensão social muito grande. É muito importante para nós, docentes que pertencemos a uma universidade multicampi, presente em todo o território baiano, que atende a comunidades que são carentes, que são excluídas também. É muito importante termos a oportunidade de estarmos aqui no ato, que reúne diversas entidades, grupos, e que dialogam também com a mesma causa que nós docentes, em nosso exercício profissional”, afirmou Maira de Melo.

ADUNEB ocupando as ruas em defesa das excluídas e dos excluídos
Reconstrução

Outro ponto muito lembrado por todas/os foi o fato do Grito 2023 ser o primeiro após seis anos de avanço do neoliberalismo e da extrema-direita, nos governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro, apontando agora para a reconstrução do país pautada em democracia política, social, racial e econômica.

Também no coletivo de docentes que participou do ato, Maria do Socorro da Costa e Almeida, do Campus da UNEB de Salvador, comentou sobre a atual conjuntura política e o papel do Movimento Docente. “Nunca foi tão importante historicamente estarmos unidas e unidos, lutando para recompor os alicerces que foram ameaçados pelos anos de autoritarismo, de perseguição aos movimentos populares e organizados. Nós vimos aqui no Grito, um combate à insegurança social, material e alimentar. Então, a UNEB tem cursos, tem engajamento, tem proposta de ensino, pesquisa e extensão para enfrentar de forma propositiva essas pautas de desigualdade. Nosso papel é a participação política como praxis, como permanência, como engajamento de transformação social, para que na sociedade não precisa mais existir o Grito dos Excluídos”, finalizou a professora Maria do Socorro.
 
Assista aqui aos vídeos do Instagram com alguns momentos da participação da ADUNEB.