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Com paralisação e ato público, docentes e estudantes das UEBAs reivindicam negociação e Reajuste Já!



 Docentes da UNEB, UEFS, UESB e UESC, com o apoio do movimento estudantil das quatro Universidades Estaduais Baianas (UEBAs), ocuparam ruas de Salvador, nesta quarta-feira (12), para reivindicar, entre outras pautas, reajuste salarial e a reabertura da mesa de negociação permanente por parte do governo estadual. O protesto realizado por aproximadamente 300 manifestantes, representando várias regiões do estado, foi amplamente divulgado pela imprensa. Além da passeata na Capital, que percorreu do Campo Grande à Praça da Piedade, o Dia de Luta das UEBAs foi marcado pela paralisação das atividades acadêmicas nas quatro universidades.

Por meio da utilização de carro de som, faixas, cartazes, panfletos e camisas temáticas, a manifestação denunciou à sociedade as perdas salariais que a categoria docente enfrenta nos últimos oito anos. Segundo Cálculos do DIEESE, no citado período mais da metade do salário (53,33%) das/os professoras/es foi corroído pela inflação. Leia aqui outros motivos que levaram o movimento docente à paralisação das atividades acadêmicas. 

Presente na passeata, a Coordenadora de Formação Político-Sindical e Relações Intersindicais da ADUNEB, Maria Izabel de Araújo, analisa que a paralisação de 24h demonstrou que o movimento docente intensificou a mobilização. “Dissemos ao governo que precisa urgentemente negociar com a categoria, e que também, estamos dispostos a enfrentar o descaso e a irresponsabilidade que vem demonstrando com as nossas reivindicações. Importante ressaltar que ao negligenciar as reivindicações docentes, o governo estadual prejudica a comunidade universitária, principalmente os estudantes, que poderiam estar estudando, mas precisaram ir para as ruas e se unirem à nossa luta”, afirmou a professora.
 
Luta unificada - lideranças dos movimentos docente e estudantil durante o ato, em Salvador
 
Mobilização no interior

Além das ações em Salvador, vários campi e docentes do interior realizaram atividades de mobilização. No Campus de Juazeiro, por exemplo, ocorreu um debate sobre o reajuste salarial e a conjuntura política do movimento docente. Em Guanambi aconteceu uma reunião entre professoras/es do campus e os representantes locais da ADUNEB. No período da tarde, as representações sindicais participaram ainda de entrevista em um programa de rádio da cidade. No Campus de Jacobina, a agenda de mobilização incluiu uma roda de conversa sobre o histórico das lutas e das reivindicações do Movimento Docente. Também foi exibido um vídeo com entrevista de Paulo Freire. Ações de mobilização seguiram ocorrendo por todo o dia em vários municípios.  

Resposta

Pressionado pela mobilização e forte repercussão causada na imprensa, o governo estadual respondeu por meio de nota que tem dialogado com o Movimento Docente. O Coordenador de Comunicação da ADUNEB, João Borges, alertou que o diálogo com os representantes do governo, até o momento, restringe-se apenas a receber as/os professoras/es para a entrega da pauta de reivindicações. “Somente receber a pauta do Fórum das ADs não significa dialogar. É fundamental que o governador Jerônimo Rodrigues, que também é professor universitário, autorize a imediata abertura da mesa de negociação”, finalizou Borges.
 
Debate no Campus de Juazeiro organizado pelo Coordenador da ADUNEB João Borges
 
Reunião no Campus de Guanambi organizada pelas representações locais da seção sindical,
Dinalva Macêdo e Osaná Reis
 
Roda de conversa no Campus de Jacobina organizada pelo representante da ADUNEB, Salomão Clemones