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Paralisação das UEBA: docentes e estudantes mostram resistência contra o desmonte das universidades



 Um dia de luta marcado pela demonstração de resistência e unidade de ação entre docentes e estudantes das Universidades Estaduais da Bahia (UEBA). Assim foi o Dia Estadual de Paralisação, realizado nesta quinta-feira (15), em Salvador. Organizado pelas quatro seções sindicais (ADUNEB, ADUFS, ADUSB e ADUSC), o protesto reivindicou maior orçamento à educação pública superior, reajuste salarial digno, garantia de direitos trabalhistas e, ainda, denunciou os quase mil dias em que o governo estadual interrompeu de maneira autoritária a mesa de negociação permanente. Leia mais sobre os motivos que levaram à paralisação.

Segundo os organizadores, caravanas de várias regiões do estado trouxeram mais de 400 manifestantes para participarem do protesto, que teve início, pela manhã, em frente ao antigo Café Hall, na avenida Paralela. Indignação com a política de desmonte e sucateamento da educação pública, com bandeiras, faixas, cartazes, acompanhados por um minitrio elétrico e uma banda de percussão, professoras, professores e estudantes ocuparam parte da avenida e seguiram em marcha até a Assembleia Legislativa e, depois, a Secretaria Estadual da Educação (SEC).

Boicote e intransigência

O ato pacífico e em defesa da educação pública evidenciou, mais uma vez, o desrespeito e a falta de diálogo do governo Rui Costa. Inicialmente, a Polícia Militar tentou boicotar a montagem de toldos no estacionamento em frente à SEC. Depois, proibiu a entrada no local do minitrio e de veículos que traziam alimentação e água aos manifestantes, fatos que só foram revertidos graças à resistência do movimento.  

Reforçando o caráter intransigente do governo estadual, embora uma comissão de manifestantes tenha solicitado uma audiência, nenhum representante da SEC ou de outra secretaria de governo quis receber e dialogar com docentes e estudantes. Durante todo o ato, as únicas presenças do governo foram as várias viaturas de polícia e a guarda fortemente armada na portaria da Secretaria da Educação.  
 
Portaria da Secretaria da Educação / Foto: Ascom Fórum das ADs
Ato público

No período da tarde, ainda em frente à SEC, aconteceu um ato público, momento em que representações dos movimentos docente e estudantil tiveram a oportunidade de proferir análises históricas, de conjuntura e críticas à política educacional do governo estadual. 

Entre outros assuntos, o Movimento Docente trouxe um histórico das greves, desde o final do século passado até os dias atuais, período em que a união e a força das professoras/es obteve conquistas relevantes, a exemplo do Estatuto do Magistério Superior, em 02 de setembro de 2002; aumentos e reajustes salariais; e a implantação de promoções e progressões.  

As/os professoras/es também reconheceram a importância do Movimento Estudantil nas lutas e no apoio às greves docentes em defesa da garantia e qualidade da educação pública superior. Várias lideranças estudantis discorreram sobre a conjuntura política, as dificuldades do atual cenário nacional e as pautas específicas que mais impactam os estudantes, como os ineficazes programas de permanência e assistência estudantil. 

Para a Coordenação da ADUNEB, a intransigência, o autoritarismo e a falta de vontade política com a educação pública superior, características que marcam o atual governo estadual, servem como fator mobilizador de professoras/es. Os 40 anos do Movimento Docente das UEBA mostram que são dos momentos mais difíceis que brotam a força necessária para novas conquistas. Com a certeza do seu papel social transformador, unida e pronta para enfrentar as adversidades, a categoria segue em frente com a certeza de estar do lado certo da história.

Veja aqui o álbum de fotos e aqui os vídeos da manifestação produzidos pela ADUNEB.
 
Ato público realizado no período da tarde em frente à SEC