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UNEB, UEFS, UESB E UESC realizarão paralisação unificada na terça-feira (31)



 Na próxima terça-feira, dia 31 de maio, professoras e professores da UNEB e das demais universidades estaduais baianas paralisarão as suas atividades e realizarão atos locais nos portões de cada universidade. Aprovada em assembleias, a paralisação é parte do calendário de lutas da campanha salarial da categoria que, atualmente, reivindica a retomada da mesa de negociação permanente com o governador Rui Costa e reajuste salarial acima da inflação. O objetivo das atividades desse dia de paralisação é chamar a atenção do governo e dialogar com a sociedade.  Os quase 280 cursos de graduação e 180 cursos de pós-graduação ofertados para 50 mil estudantes pela UNEB, UEFS, UESB e UESC precisam de atenção às suas especificidades. 

A orientação da ADUNEB é que, tanto no campus de Salvador quanto nos campi do interior, ocorram atividades como panfletagem, debates sobre conjuntura, fixação de faixas, ocupação das redes sociais e a participação em programas de rádios locais. O intuito é dialogar com a sociedade sobre os problemas que impactam a categoria docente e a educação pública superior. No pórtico do campus da UNEB de Salvador, às 7h, acontecerá um café da manhã, seguido de panfletagem. Ainda no período da manhã, ocorrerão atividades de mobilização, debates sobre a PEC 206/19 - que tenta impor a cobrança de mensalidades nas universidades públicas - e também sobre a pauta interna do Movimento Docente, a exemplo de reajuste salarial, promoção e progressão de carreira e mudança de regime de trabalho. Após o almoço, as representações do Fórum das Associações de Docentes das Universidades Estaduais da Bahia (Fórum das ADs) estarão no Centro Administrativo da Bahia (CAB) para tentar audiências com secretários de governo e reuniões com parlamentares da Assembleia Legislativa. 

O dia de paralisação também será utilizado para que a comunidade acadêmica dialogue sobre problemas provenientes da atual conjuntura, a exemplo do adoecimento psíquico que atinge estudantes, docentes e integrantes do corpo técnico-administrativo. Assédio moral, insuficiência de programas de permanência estudantil e evasão marcam, cada vez mais, o cotidiano das universidades. Além da luta por melhores condições de trabalho, o dia será marcado pelo luto em homenagem a integrantes da comunidade acadêmica que tiveram suas vidas ceifadas neste período de pandemia. 

Mobilização e motivos para a luta

A defesa das Associações Docentes é que valorizar professoras e professores e a universidades não é gasto, é investimento. As universidades estaduais são um patrimônio do povo baiano e, no enfrentamento à pandemia, provaram, mais uma vez, a importância do trabalho docente no que tange à sua produção científica regionalizada. Com pesquisa e extensão, docentes da UNEB, UEFS, UESB e UESC colaboram com o poder público, produzindo EPIs e outros insumos, fazendo monitoramento dos dados da pandemia e oferecendo atendimento às pessoas infectadas e formação de profissionais de saúde. 

Contudo, apesar de sua importância para a sociedade, a categoria docente se queixa de que a realidade vivida atualmente é de desvalorização. A principal reivindicação das professoras e dos professores é a questão salarial. Após 7 anos de espera, o Governo do Estado aplicou para a categoria um reajuste abaixo da inflação do ano de 2021. Com salários congelados desde 2015, quase metade de seus proventos foi corroído pela inflação nos últimos anos, de modo que a luta da categoria hoje é por um reajuste salarial que, de fato, recomponha as perdas e a inflação.

A luta por diálogo

Outro ponto de reivindicação central da manifestação é a luta por diálogo com o Governo do Estado. Há mais de 800 dias, a mesa de negociação está paralisada. A mesa é o resultado do acordo de greve, em 2019, que foi quebrado pelo governo, mesmo após várias tentativas de contato e envio de ofícios pelo Fórum das ADs.

Nesta semana, a coordenação do Fórum das ADs solicitou, mais uma vez, reunião com a presidenta da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa da Bahia e com as Secretarias do Governo. “Estamos na expectativa, atentas e atentos e em luta. Da nossa parte, o que não faltam são sinalizações para o diálogo. Acreditamos que o diálogo é uma pauta das professoras, dos professores e da própria democracia. E o que esperamos do governo Rui Costa é diálogo, respeito à categoria e aos nossos direitos”, demarcou Ronalda Barreto, coordenadora do Fórum das ADs.