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Tentativa de intimidação: ADUNEB é perseguida por solidariedade à comunidade cigana



 Policiais militares ingressaram com ações judiciais contra a ADUNEB em uma tentativa de intimidação e de cerceamento do livre e democrático direito de manifestação. A origem dos mais de dez pedidos de indenizações, que até o momento já somam juntos valor superior a 600 mil reais, é uma nota de solidariedade do sindicato à comunidade cigana e repúdio à violência sofrida por famílias da região de Vitória da Conquista.  

A nota da ADUNEB, publicada em 16 de julho deste ano, somou-se a outras dezenas de manifestações de entidades de classe, associações ligadas aos direitos humanos e da imprensa, que solicitaram a intervenção do Poder Público, devido à extrema violência a que os grupos ciganos locais foram submetidos.
 
Os atos violentos contra essa comunidade começaram a partir da morte de um tenente da PM e de um soldado da corporação durante um conflito com uma família cigana, em 13 de julho, no distrito de José Gonçalves. De acordo com uma nota emitida conjuntamente por dezenas de entidades ciganas (leia aqui), segundo as informação de moradores e mídia local, “Vários carros de famílias ciganas foram queimados e casas invadidas e queimadas também [...]”. 
 
De acordo com reportagem do site G1/Globo, de 06 de agosto, após o início da ação da PM, oito irmãos ciganos foram mortos, sendo dois deles adolescentes de 13 e 17 anos (leia aqui). Os supostos assassinos dos policiais estariam entre os falecidos. O pai dos oito irmãos, também suspeito de envolvimento no crime dos policiais, foi preso.
 
A coordenação da ADUNEB reitera que não compactua com nenhum tipo de ação violenta e desrespeito aos direitos humanos. Todo e qualquer ato de violação de direito deve ser investigado e julgado com os rigores do Código Penal Brasileiro. O sindicato repudia ainda o abuso do direito de ação judicial como tentativa de intimidação e de obter enriquecimento sem causa. Práticas estas que se coadunam com o avanço da extrema direita e com a onda de intimidação e criminalização das representações de classe e movimentos sociais.
 
A tentativa de calar a ADUNEB em sua solidariedade aos povos ciganos é, também, mais uma maneira de expressar o preconceito de representantes de setores sociais reacionários que defendem o status quo e oprimem as minorias, a exemplo de ciganas e ciganos, indígenas, quilombolas, negras e negros, comunidade LGBTQIA+, entre outras.
 
Não nos calarão!
 
Coordenação ADUNEB