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Nota de Repúdio: radialista de Guanambi divulgou fake news contra professoras/es da UNEB



 A Coordenação da Associação dos Docentes da UNEB (ADUNEB) repudia veementemente e solicita a retratação do radialista Fernando Alves, da Rádio Cultura de Guanambi. Em seu programa, dia 25, utilizou-se de fake news para difamar e desrespeitar o conjunto dos servidores públicos e, em especial, a categoria das/os professoras/es da UNEB.

O radialista demonstrou total desconhecimento da Universidade do Estado da Bahia e da realidade que o cerca, fato preocupante para quem, como repórter, deva apurar as informações que transmite. Fernando Alves, ao criticar o fechamento do comércio de Guanambi para o combate à Covid-19, tentou colocar os ouvintes contra os servidores públicos: “Eu pergunto a você: a UNEB está funcionando, Severino? Fechou quando a UNEB? Está tendo aula? Não está, né? Eu pergunto a você: Os professores deixaram de receber neste período? Agora, o trabalhador, o trabalhador se não for trabalhar, ele recebe?”.

O fato tem causado indignação da categoria docente na UNEB. Desde o início da pandemia, as/os professoras/es não pararam de trabalhar e servir à sociedade. Em um primeiro momento, colocando em prática diversos projetos em auxílio à população e no combate à Covid-19, como a produção de álcool em gel nos laboratórios da universidade e de máscaras de proteção, até a responsabilidade por abrigamento de pacientes acometidos com a Covid, entre outras ações. Os cursos para as/os estudantes, de forma remota, foram oferecidos e, ainda no segundo semestre do ano passado, foram implantadas aulas virtuais em todos os 24 campi da UNEB na graduação e na pós-graduação. 

Quanto à produção acadêmica específica do Campus de Guanambi, três relatórios, de 60 páginas cada, documentam os trabalhos. Além das aulas remotas, nenhuma outra atividade foi interrompida: pesquisa, extensão, orientações de iniciação científica e mestrado. Aconteceram, ainda, várias publicações em revistas científicas a partir das pesquisas desenvolvidas no campus. O trabalho administrativo também teve sequência com reuniões dos departamentos e colegiados. 

Inúmeros projetos foram realizados visando orientar e auxiliar a comunidade em questões relacionadas à pandemia, sendo muitos desses em parceria com os movimentos sociais. Entre as atividades, verifica-se a produção de vídeos formativos com temas voltados ao combate à Covid-19, divulgado em grande escala nas redes sociais e canais virtuais. Foram feitos estudos sobre o impacto da pandemia na saúde mental e física da comunidade acadêmica, em comunidades quilombolas e em crianças da educação infantil. Também houve a criação de vídeos de histórias infantis, com o intuito de auxiliar mães com crianças na educação básica.

Professor/a é trabalhador/a

No momento em que o radialista Fernando Alves fala: “Agora, o trabalhador, o trabalhador se não for trabalhar, ele recebe?”, fica evidenciada a sua posição preconceituosa que tenta marginalizar docentes e servidoras/es públicas/os como indivíduos que não são trabalhadoras/es. Estaria ele chamando as/os professoras/es de desocupados? As atitudes negacionistas de muitos, nessa pandemia, têm intensificado a tragédia e levado à morte milhares de pessoas. A Ciência e o serviço público, a exemplo do SUS, demonstram, dia a dia, o seu protagonismo no combate à Covid-19. Foram da Ciência e do serviço público o passo em frente que propiciou a vacina para salvar vidas.  

Segundo o site da prefeitura municipal de Guanambi, na quarta-feira (24), eram registrados 23 óbitos, 17 pacientes internados, 170 casos ativos, 156 aguardando resultado e 52 positivados em 24 horas. O PA Covid de Guanambi estava com mais da metade de sua capacidade ocupada. Por essas razões, o município inicia o “lockdown” nesta segunda-feira, 1º de março. Atitudes levianas como a do radialista contribuem para o genocídio do povo brasileiro.

Coordenação ADUNEB