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ADUNEB repudia a autorização para uso da Força Nacional em assentamentos do MST na Bahia



 A Associação dos Docentes da UNEB repudia a autorização do Governo Federal de extrema direita, de Jair Bolsonaro, para empregar a Força Nacional de Segurança Pública em assentamentos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) nas regiões de Mucuri e Prado, localizados no extremo sul da Bahia. A Portaria Nº 493, assinada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, foi publicada no Diário Oficial da União na quarta-feira (02) (leia aqui). O uso da Força Nacional que, entre outros, é composta por policiais militares e civis, foi autorizado por 30 dias a partir da última quarta-feira. 

Em nota sobre o assunto, o Movimento dos Sem Terra afirmou que o extremo sul da Bahia é um território com ricas e férteis terras alvos de especulação financeira, do capital internacional e das oligarquias locais. É uma região em que o MST concentra grande força organizativa e, por isso, a ação de intimidação. Ainda segundo a nota do Movimento, a luta das/os trabalhadoras/es sem terra na região resultou na conquista de mais de 35 mil hectares de terra para a Reforma Agrária, porém, desse total nem a metade foi de fato cedida ao MST. A região é composta por 28 assentamentos que defendem a agroecologia. No local, também, está em construção a Escola Popular Egídio Brunetto.

A coordenação da ADUNEB solidariza-se com o MST, o maior movimento organizado de massa da América Latina, que se configura como um dos principais polos de resistência da classe trabalhadora contra o obscurantismo do Governo Federal. São 33 anos de luta na Bahia, com mais de 22 mil famílias acampadas, que romperam com a produção convencional e o uso de veneno para a atividade pautada na preservação ambiental e na agroecologia. 

A ADUNEB manifesta sua posição contrária ao envio da Força Nacional ao extremo sul baiano, alertando para a possibilidade de ocorrer uma tragédia na tentativa de expulsão das famílias acampadas. De acordo com o Relatório Conflitos no Campo – Brasil 2019, organizado pela Comissão Pastoral da Terra e lançado este ano, ocorreram na Bahia 130 conflitos pela terra, envolvendo 9.351 famílias. Um número que tende a crescer devido à política do presidente Bolsonaro que, ao invés de atacar trabalhadoras/es do campo e da cidade, deveria canalizar esforços para salvar as centenas de vidas ceifadas todos os dias pela pandemia do novo coronavírus e pela sua política genocida.

Coordenação ADUNEB