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Pandemia agrava a situação da população em situação de rua



 Fome, preconceito, discriminação, falta de amparo, exposição à violência e a doenças. Se esses problemas já faziam parte do cotidiano da população que está em situação de rua, imagine o que elas/es têm enfrentado neste momento de pandemia? A Covid-19, impulsionada pela irresponsabilidade e pela necropolítica do Governo Federal, mata atualmente uma média de 1.400 pessoas por dia no Brasil. 

Diante desse trágico cenário, o atendimento à população em situação de vulnerabilidade social vem sendo intensificado por grupos, movimentos e entidades beneficentes. A professora do curso de urbanismo da UNEB, Lysie Reis, atua no grupo Famílias na Luta por Habitação. Segundo a docente, o coletivo que percorre as ruas e faz o “corpo a corpo”, pelo menos duas vezes por semana, afirma que há mais pessoas do que antes. “Famílias inteiras estão indo às ruas. Esse aumento é justificado como meio de sobrevivência, pois esses sujeitos, mãos de obra do mercado informal, passam a ter mais dificuldades de gerar renda. Com isso, ficam impossibilitados de arcar com aluguel, alimentação e outras despesas familiares, sobrando-lhes as ruas como espaço em que podem ser vistos e alcançados. Definitivamente, o ‘fica em casa’ é uma hashtag para os mais favorecidos economicamente”, afirma a professora Lysie.

Ação social

 Ciente de que seu papel social, sobretudo neste momento de pandemia, deve ir além das questões relacionadas à pauta da categoria docente, a ADUNEB, de acordo com suas possibilidades orçamentárias, tem auxiliado o grupo Famílias na Luta por Habitação no atendimento à população em situação de rua. Da mesma maneira, o sindicato também prestou auxílio emergencial a alguns estudantes dos campi da UNEB de Salvador e do interior (leia aqui). A decisão do sindicato de prestar os auxílios veio após uma reunião entre a coordenação executiva da ADUNEB e as representações das subseções departamentais, ocorrida no mês de maio.

A coordenação da ADUNEB ressalta que, entre suas bandeiras de luta, estão a unidade entre trabalhadoras/es do campo e da cidade, do setor público e do privado, bem como de formalizados e precarizados. Assim, atenta à atual conjuntura, fez a doação de quentinhas e donativos para confecção de cestas básicas para o acolhimento à população de rua.

Solidariedade

O grupo Famílias em Luta por Habitação vinculado à Pastoral do Povo de Rua, Sede Salvador, desenvolve uma ação que tem por objetivo acompanhar pessoas em situação de vulnerabilidade social. O acompanhamento consiste em doação de cestas básicas para famílias que já adquiriram moradias, por meio do auxílio aluguel e distribuição de quentinhas, além do cadastramento e verificação do estado de bem-estar das pessoas que ainda se encontram em situação de rua. Os encontros ocorrem na Igreja de Nossa Senhora da Graça, localizada no bairro da Graça, na capital baiana. A ação tem apoio do grupo “Juntos com os Irmãos em Rua” e apoio técnico do Grupo de Pesquisa e Extensão Direito à Cidade, que possui três bolsistas Probex do Curso de Urbanismo da UNEB.