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Nota de Repúdio ao Governo Federal pelo não adiamento do ENEM



 Diante da pandemia mundial causava pela Covid-19, das milhares de mortes e do sofrimento do povo brasileiro, o Governo de Jair Bolsonaro continua a trafegar na contramão da maioria dos países do mundo, inclusive no sentido de dar ciência à população sobre o real número de infectados e mortos. 

Uma das ações de negacionismo oriunda do seu governo foi a manutenção da data do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio). Segundo o edital divulgado pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), mesmo diante da atual conjuntura e da incerteza sobre o futuro, as provas do ENEM serão presenciais e estão agendadas para os dias 1º e 8 de novembro deste ano. O Inep é um órgão do Ministério da Educação (MEC) chefiado pelo não menos criticado, Abraham Weintraub.
 
A coordenação da ADUNEB repudia mais essa postura autoritária e irresponsável do Governo Federal. A manutenção das datas do ENEM prejudica todos/as estudantes que prestarão a prova de acesso ao ensino superior, porém, inequivocamente, o prejuízo maior recairá sobre os ombros das/os alunas/os de baixa renda. O acesso aos equipamentos e às tecnologias que permitem a continuidade dos estudos de maneira remota não são iguais para todas/os. A manutenção do ENEM traz consigo um privilégio de classe. Em nenhum momento o Presidente da República e o Ministro da Educação pensaram nas especificidades de cada município, região ou estado brasileiro. Como ficam as/os estudantes indígenas que voltaram às suas aldeias? E os quilombolas, os filhos de pescadores e marisqueiras, os ribeirinhos, por exemplo? 
 
Por todo o mundo não faltam exemplos de países que, neste momento crítico, adotaram posturas responsáveis em relação aos processos seletivos para o ensino superior. A Espanha divulgou o adiamento dos vestibulares, por enquanto, sem data definida. A França cancelou as seleções nacionais para as universidades. Na América do Sul, países como Colômbia e Peru também remarcaram para data futura seus vestibulares. 
 
A coordenação da ADUNEB reforça seu posicionamento: a urgência neste momento é salvar vidas e para tal é preciso agir com responsabilidade e em defesa da população brasileira. No momento, os gastos e o tempo que o MEC leva para a elaboração do ENEM, não devem ser levados em consideração. O Exame Nacional do Ensino Médio deve ser suspenso até que tenhamos a devida segurança em relação ao processo pandêmico para garantir  total isonomia e segurança das/os estudantes. 

Coordenação ADUNEB