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Ato na UFBA mostra união de entidades em defesa da educação pública de qualidade



 O ato público que aconteceu no Salão Nobre da Reitoria da UFBA, nesta quarta-feira (02), mostrou à disposição de docentes, técnicas/os, estudantes e terceirizadas/os, para enfrentarem juntas/os as políticas de desmonte da educação pública. A atividade lotou o local e foi um exemplo de união dos mais variados segmentos que atuam em defesa do ensino público. Participaram da mesa Rayhatã Pataxó (UNE), Layane Clara (UEB), Lilian Marinho (ADUNEB), Renato Jorge (ASSUFBA), Raquel Nery (APUB), Rui Oliveira (APLB) e Lucimara Cruz (FASUBRA). A ação na Reitoria da UFBA serviu também para que todas as entidades presentes fizessem o chamado para a grande manifestação, desta quinta-feira (03), às 9h, com concentração no Campo Grande.
 
Várias críticas foram feitas à nova concepção de educação pública, que os governos federal e estadual tentam impor ao país. Na esfera federal, as principais críticas foram aos cortes orçamentários das universidades e ao Programa Future-se, uma proposta privatista que tenta atrelar a educação superior pública ao mercado. No âmbito estadual, as críticas foram à falta de recursos orçamentários e ao projeto de terceirização da gestão das escolas públicas, por meio de Organizações Sociais, em perspectiva semelhante ao governo federal.
 
Rayhatã (UNE), Layane (UEB), Lilian (ADUNEB), Renato (ASSUFBA), Raquel (APUB), Rui (APLB) e Lucimara (FASUBRA)
 
A coordenadora da ADUNEB, Lilian Marinho, disse que o governo da Bahia, no que diz respeito à educação, sofre influências de setores que não possuem interesses em defender as universidades estaduais como patrimônio público. “Estamos na luta contra o Future-se em qualquer nível, seja no estadual ou no federal”. A professora ainda reforçou o chamado para o ato desta quinta-feira. “São tempos difíceis que exigem do movimento sindical, dos movimentos sociais e dos partidos políticos a unidade em defesa das instituições públicas. A ADUNEB junta-se a todas as demais entidades que constroem as mobilizações desta semana para amanhã, quinta-feira, estarmos nas ruas denunciando a ameaça à educação pública.
 
A difícil situação enfrentada pela UFBA, devido ao contingenciamento orçamentário imposto por Bolsonaro, foi comentada pela presidenta da APUB, Raquel Nery. “A universidade continua asfixiada, sob muita pressão, com a necessidade de reorganizar o funcionamento de determinados setores. Mantemos um ritmo de mobilização com a expectativa que o conjunto dessas mobilizações, que acontecem desde maio, resulte em algum tipo de incidência política. Quanto aos R$ 2 bilhões que estavam contingenciados e foram liberados na última segunda-feira (30), a professora informou que não são suficientes: “Permanecemos com muita dificuldade de funcionamento”, afirmou.
 
União em defesa da educação pública
 
Entre as várias representações do Movimento Estudantil que fizeram falas, a estudante do Curso de História da UNEB de Eunápolis, Sheila Souza, Vice-Presidenta da União dos Estudantes da Bahia, defendeu a unidade de luta para o enfrentamento à atual conjuntura. “Temos um desafio muito grande, não só dentro do Movimento Estudantil, mas nos movimentos sociais como um todo, que é pautar a unidade, construir a luta em conjunto. Quero dizer aos companheiros e às companheiras que nossas diferenças têm que ser deixadas de lado. Temos sofrido ataques enormes do Governo Federal e isso tem que nos unir, nos colocar ainda mais fortes para a luta”.
 
Os atos de resistências desta quarta e quinta-feira integram a agenda da Greve Nacional da Educação e acontecem em todas as regiões do país. Em Salvador as atividades são construídas conjuntamente pela ADUNEB, APUB, ASSUFBA, FASUBRA, APLB Sindicato, SINASEFE, UNE, ABES, UEB, UBES, DCE UFBA, CTB, CUT, ANDES-SN, PROIFES, SIMPRO/BA, CNTE, Frente Brasil Popular, CONTEE, AEXA.