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Acaba a greve docente, mas continua a mobilização para a mesa permanente de negociação



 A categoria docente da Uneb aprovou o término da greve no início da tarde desta quarta-feira (12). Porém, a mobilização continuará a acontecer. O objetivo será acompanhar as negociações que ocorrerão na mesa permanente conquistada junto ao governo do estado. A decisão das/os professoras/es ocorreu durante a assembleia realizada no campus de Salvador. A paralisação que durou 65 dias, além da mesa permanente, garantiu promoções e orçamento para investimento nas universidades estaduais da Bahia.  

A assembleia aprovou a assinatura do acordo, desde que o documento contenha os termos presentes na ata de reunião, realizada no último dia 10 na Secretaria Estadual da Educação, entre o Fórum das ADs e o governo. O texto apresenta três conquistas: as primeiras duas são de até 900 promoções docentes e a liberação imediata de R$ 36 milhões para investimento às estaduais baianas. Já o terceiro ponto é a mesa permanente de negociação, que deverá ocorrer até o final do governo Rui Costa. A expectativa do Movimento Docente é que sejam debatidos os demais itens da pauta não atendidos de imediato, a exemplo da implementação das Dedicações Exclusivas, das passagens docentes e das garantias ao Estatuto do Magistério Superior. Os diálogos deverão começar em até 72h após o término da greve e deverão ter a participação das secretarias da Educação, Administração, Fazenda e Relações Institucionais.
 
No decorrer da assembleia muitos docentes criticaram a maneira autoritária com que o governador se portou nas negociações, inclusive colocando a Rondesp e a Tropa de Choque para pressionar os docentes durante algumas manifestações. Outras falas também valorizaram a ampla mobilização das/os professoras/es, que em todo o Estado fortaleceram o movimento grevista e puderam dialogar com a sociedade sobre a importância da Uneb no desenvolvimento da Bahia. De acordo com a coordenação da ADUNEB, as conquistas da pauta de reivindicações e a mesa permanente de negociação só foram possíveis graças à maneira coesa e responsável com que a categoria se portou nesta greve. A continuidade da mobilização será fundamental para garantir mais itens da pauta nas próximas negociações. 
 
Salários cortados
 
Quanto à devolução dos salários cortados, segundo a ata da reunião, o Estado pagará o vencimento integral do mês de junho. Após a apresentação do plano de reposição das aulas, o mês de maio será pago junto com julho. Na sequência serão pagos os dias do mês de abril. Contudo, o pagamento parcelado dos salários atrasados é ponto de descontentamento na categoria, que ainda tentará negociar melhor maneira de receber os vencimentos.  
 
Calendário
 
A assembleia decidiu também que o início das aulas será na segunda-feira (17). Na sexta-feira (14) a categoria somará forças a inúmeros outros setores de todo o país no dia de Greve Geral contra a reforma da Previdência, proposta pelo governo Bolsonaro.