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Feminicídio foi tema de mesa redonda na ADUNEB



 Como mais uma das atividades da ADUNEB do Março de Luta das Mulheres, na segunda-feira (25), aconteceu a mesa redonda “Feminicídio: enfrentamento político e institucional”. A atividade foi realizada no auditório do sindicato, no Campus I da Uneb. As debatedoras foram a coordenadora da pasta de Gênero, Etnia e Diversidade da ADUNEB, Marluce de Santana; a vereadora de Salvador, Marta Rodrigues; e a representante da Ronda Maria da Penha, soldada Patrícia. A mediação foi da também coordenadora do sindicato, Ana Margarete. Transmitido ao vivo pelo Facebook, a íntegra do debate pode ser assistida aqui.

Na abertura da mesa a professora Ana Margarete ressaltou as ações da ADUNEB, neste mês de março, para debater o preconceito, o machismo e o feminicídio, a exemplo da participação no 8M e no ato na Assembleia Legislativo, que marcou um ano do assassinato da vereadora Marielle Franco. Margarete considerou vergonhoso o Brasil estar em quinto lugar, no ranking mundial da violência contra a mulher. Ela citou ainda que da década de 1980 até 2013, essa violência no país teve um salto de 252%.

Marluce de Santana, a coordenadora da pasta de Gênero, Etnia e Diversidade da ADUNEB, afirmou que o machismo da sociedade brasileira é decorrente de uma sociedade que vem de uma cultura colonial, patriarcal, que historicamente impõe às mulheres uma condição de inferioridade. Sobre o atual momento do país, a docente chamou a atenção para dois aspectos: se por um lado a opressão contra as mulheres é respaldada pelo presidente da república, por outro lado, ocorre a visibilidade da luta feminina e contra o feminicídio. Assim, o momento é de mobilizar a sociedade e encontrar caminhos efetivos de combate ao machismo.
 
Professoras Ana Margarete e Marluce de Santana, vereadora Marta Rodrigues e soldada Patrícia
Ronda a serviço das mulheres

Representando a Ronda Maria da Penha, a soldada Patrícia, que também é assistente social, trouxe informações sobre o trabalho de prevenção e conscientização feito por esse setor da PM baiana. A tropa é a única do estado em que comandante e subcomandante são do sexo feminino. A atividade principal da corporação é a realização de visitas diárias de acompanhamento às mulheres que estiverem em situação protetiva. Atualmente são 4.629 mulheres assistidas. Também oferecem palestras e outras atividades em comunidades, assentamentos rurais, campos de futebol etc. Contatos: 71 99967-7421 / 3117-8224. E-mail ronda.penha@pm.ba.gov.br    

A importância da Lei do Feminicídio (13.104/15), sancionada pela presidenta Dilma Rousseff, foi um dos destaques da vereadora Marta Rodrigues. A norma prevê penas de detenção de 12 a 30 anos. Dados trazidos pela vereadora demonstraram que, apenas nas primeiras semanas de janeiro, o país registrou 107 tentativas de feminicídio, sendo que 68 dessas foram consumadas. Ela ainda abordou os retrocessos no governo Bolsonaro, a exemplo da extinção da Secretaria de Políticas das Mulheres, que tinha status de ministério, e o desserviço feito por Damares Alves, ministra da pasta Mulher, Família e Direitos Humanos.

Homenagem

Antes do início de mesa redonda, a estudante Mirela Novaes, do centro acadêmico de pedagogia, do Campus I, fez uma homenagem à Helem Moreira, ex-aluna da Uneb, moradora de Vera Cruz, assassinada pelo companheiro em junho de 2017 (leia mais). Assim como Mirela, Helem era ativista e militante do Movimento de Mulheres Negras. O julgamento do assassino ainda não aconteceu e estava previsto para ser no mês de fevereiro, no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador.