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Ato em Bom Jesus da Lapa lembra um mês do crime ambiental da Vale, em Brumadinho



 Na segunda-feira (25) cerca de 3 mil pessoas ocuparam as ruas de Bom Jesus da Lapa para prestar solidariedade às vítimas do crime ambiental, cometido pela mineradora Vale, com o rompimento da barragem de Brumadinho (MG). O protesto marcou um mês da tragédia que lançou 13 milhões de toneladas de rejeitos no rio Paraopeba, afluente do rio São Francisco. Os manifestantes também ressaltaram a necessidade de preservação do Velho Chico.

O ato teve o apoio da população local e das escolas municipais e estaduais, que aderiram à caminhada. Também estiveram presentes representações da ADUNEB, do Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB), CPT, Diocese de Lapa, 10Envolvimento, Movimento Popular pela Soberania na Mineração (MAM), do Levante Popular da Juventude do Meio Popular (PJMP), Pastoral do Meio Ambiente, sindicatos rurais, comunidades quilombolas e indígenas, UNEB, UFOB, IFBA, entre outras. Atos como o de Lapa ocorreram em várias cidades do país, a exemplo de Juazeiro, Salvador e Brumadinho.
 
Caminhada pelas ruas de Lapa
 
Durante a caminhada, de aproximadamente 4 km, da Barrinha até o Santuário do Bom Jesus da Lapa, os integrantes do MAB ecoavam o grito: “Água para a vida, não para a morte!”. Diversas representações denunciaram o crime em Brumadinho, alertando para as consequências que a tragédia poderá causar no São Francisco e nas comunidades às margens do rio. 
 
A coordenadora da ADUNEB, Márcia Bomfim, esteve na passeata. “Sobre a ponte Gersino Coelho visualizamos o assoreamento do Rio São Francisco e o baixo volume da lâmina d`água. A poluição, a retirada de água dos seus afluentes para o agronegócio e outras atividades como a mineração, a contaminação por agrotóxicos e metais pesados são os principais problemas que o rio vem sofrendo”, comentou. 
 
 Márcia Bomfim coordenadora da ADUNEB
 
Para o Padre Marcos Silva, da diocese da Lapa, é necessário que todos que dependem das águas do Rio São Francisco, ao longo de sua bacia, defendam o rio e se sintam também atingidos pela tragédia em Brumadinho. Já a diretora da Uneb do Campus da Lapa, Cynara Alves, destacou o apoio da ADUNEB, de professores e estudantes da universidade dos campi Lapa, Barreiras, Xique-Xique e Juazeiro.