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Docentes discutirão paralisação para protestar contra maior perda salarial dos últimos 20 anos



 A categoria docente das Universidades Estaduais da Bahia (Ueba), assim como todos os 270 mil servidores públicos do estado, é obrigada a enfrentar, no período Rui Costa, a maior perda salarial dos últimos 20 anos. Diante desse e de outros ataques do governo do estado aos professores e professoras, a assembleia docente da ADUNEB, discutirá a paralisação das atividades acadêmicas e administrativas por 24 horas. A assembleia acontecerá na próxima terça-feira (10), às 14h, no auditório do sindicato, no Campus I (leia o edital). Se aprovado, o protesto ocorrerá em 25 de abril, com grande ato público em Salvador, que contará com a presença da comunidade acadêmica das Ueba de todo o estado.

A indicação da paralisação e da construção do ato público são diretrizes aprovadas pelo Fórum das ADs (leia mais), a partir da reunião realizada em 19 de março, em Salvador. O Fórum é um espaço de reúne representantes das seções sindicais docentes das quatro Ueba (ADUNEB, ADUFS, ADUSC e ADUSB). 

Perdas salariais

Os cálculos que comprovam que o período Rui Costa é o pior dos últimos 20 anos, em relação às perdas salariais do funcionalismo público, são do Dieese. O problema surge como resultado da recusa do governo Rui Costa em pagar, nos últimos três anos, a recomposição da inflação. Ainda de acordo com os dados do Dieese, a perda no bolso do trabalhador, provocada pela inflação do último triênio, é de 21,1%. Isso significa na prática que a cada R$ 100, o professor só tem a sua disposição R$ 78,9. Segundo análise do Fórum das ADs, considerando a renda anual, para os docentes das Ueba isso significa uma perda acumulada de, pelo menos, três meses de salário desde 2015.  

Direitos trabalhistas

Outro grave problema que tem indignado a categoria docente é o desrespeito do governo em pagar os direitos trabalhistas dos professores. O número atualizado de docentes das Ueba com processos na fila de promoção, progressão e mudança de regime de trabalho saltou para 957. Nas quatro universidades estaduais estão travadas 472 promoções, 284 progressões e 201 alterações de regime. Apenas na Uneb são 491 prejudicados, com seus direitos negados pelo Estado, sendo 269 promoções, 76 progressões e 146 mudanças de regime de trabalho.

Além desses, outros sérios problemas se acumulam, a exemplo da necessidade de solução para a questão das passagens docentes intermunicipais; os insuficientes recursos orçamentários para pesquisa, ensino e extensão; a falta de infraestrutura em laboratórios e salas de aula; o déficit de docentes, a ausência de restaurantes universitários e postos de atendimento médico, entre outros.

Tentativas de negociação

Em busca de soluções para os problemas acumulados, as representações do movimento docente pautaram novamente, no dia 20 de março, a necessidade de que o governo #RuiCorta abra o diálogo. Há mais de 180 dias o Governo do Estado não se reúne com o movimento docente e mantêm completo silêncio sobre a pauta de reivindicações.

O Fórum encaminhou novos documentos na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) e na Secretaria de Educação (SEC). Os ofícios ratificaram o compromisso das diretorias em resolver, pela via negociada, as questões que envolvem as Ueba. Foi cobrada também uma audiência pública para tratar dos "Desafios do ensino superior público da Bahia". Leia aqui mais sobre as tentativas de negociação.

Fonte: Fórum das ADs