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Estaduais baianas fazem paralisações e mobilizações contra governo Temer



 As Universidades Estaduais Baianas (Ueba) realizaram paralisações das atividades acadêmicas e atos de protesto nesta quinta-feira (22). As atividades foram aprovadas pelas assembleias gerais docentes e integraram as ações do Dia Nacional de Luta, Mobilização e Paralisação, apoiado pelo ANDES-SN e construído em unidade por diversas centrais sindicais, entre elas a CSP-Conlutas. Os portões foram fechados na Uneb, Uefs e Uesc. Já a Uesb, devido a uma importante agenda interna relacionada à estatuinte da universidade, não paralisou, mas fez grande ato de protesto no centro da cidade.

As manifestações aconteceram em inúmeras universidades públicas, escolas de ensino médio e básico, em todo o país, além de outras categorias de trabalhadores. Segundo a diretoria da ADUNEB, o objetivo foi reforçar a unidade da classe trabalhadora contra um conjunto de medidas, imposto pelo governo ilegítimo de Michel Temer, que ataca os direitos sociais e trabalhistas, como o PL 257/16 e a PEC 241/16. Além disso, o Movimento Docente (MD) também criticou a falta de comprometimento do governo Rui Costa com a educação pública superior.
 
Vários campi da Uneb participaram da manifestação. No Campus I, em Salvador, logo no início da manhã, as atividades foram concentradas no portão principal da universidade. Professores representantes da categoria docente, dos servidores técnicos e estudantes fizeram panfletagem, fixação de faixas e outras atividades de denúncia dos governos federal e estadual. A ação foi noticiada pela imprensa e mostrou a unidade de luta das três categorias que compõem a comunidade acadêmica.
 
Luta unificada - Estudantes, professores e servidores técnicos
 
De acordo com a diretoria da ADUNEB, o protesto buscou demonstrar à sociedade o perigo que representa o pacote de leis que o governo Temer tenta impor aos servidores públicos. As propostas, se aprovadas, prejudicarão a população que utiliza serviços públicos como educação, saúde e segurança pública. Para o sindicato, a construção da greve geral é a única maneira de barrar as medidas reacionárias de Michel Temer.
 
PL 257/16
 
Este Projeto de Lei (PL) está entre as principais ofensivas governistas contra os servidores. Atinge ainda a população que necessita utilizar a rede de serviço público de saúde, educação e segurança pública. O PL prevê, entre outros itens, que por dois anos aconteça a realização de concursos públicos, o congelamento de salários, a proibição de progressão na carreira e o aumento da contribuição à previdência. 
 
PEC 241/16
 
A Proposta de Emenda Constitucional propõe o congelamento dos gastos públicos por 20 anos, com o objetivo de transferir o orçamento economizado para o bolso de banqueiros, por meio do pagamento da dívida pública. Tal ação afetará principalmente os investimentos em saúde, educação, servidores e serviços públicos. 
 
Protesto foi repercutido pela imprensa
 
Queda no ranking e pauta 2016
 
Quanto à denúncia realizada contra o governo estadual, pelo descaso de Rui Costa com a educação pública superior, na última segunda-feira (19), o Ranking Universitário da Folha de S. Paulo de 2016, mostrou a queda das quatro Ueba. A Uneb aparece em 93º lugar; sendo que no ano anterior ocupava a 81ª colocação. Para a diretoria da ADUNEB, o ranking é um reflexo direto da ausência de recursos e da política educacional do governo Rui Costa.
 
Os representantes do MD ressaltaram, durante as entrevistas deste Dia de Paralisação, o estrangulamento orçamentário das Ueba. Desde 2012 foram cortados R$ 73 milhões, em custeio e investimento das quatro estaduais baianas. Devido à falta de recursos, entre outros problemas, há déficit de professores e servidores técnicos, faltam equipamentos em laboratórios, materiais didáticos e salas de aula. O governador também nega o pagamento do reajuste linear dos quase 270 mil servidores públicos do Estado, um direito da categoria.
 
Não ao governo ilegítimo! Pela greve geral!