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Em ato Fora Temer estudantes da Uneb sofrem repressão da PM com arma na cabeça



 ADUNEB exige investigação e punição exemplar dos culpados

Ameaça de tiro com revólver apontado à cabeça, agressão, pressão psicológica, intimidação, tentativa de cárcere sem justificativa. Embora pareça, esse conjunto de violências não foi cometido por bandidos durante um assalto. Essa foi mais uma ação irresponsável e truculenta, da despreparada Polícia Militar do governo Rui Costa, contra estudantes em uma manifestação pacífica pelo Fora Temer. O episódio aconteceu neste início de noite de quinta-feira (01), em frente a Uneb de Salvador, no bairro Cabula, a mesma localidade em que a PM é acusada, há cerca de 1,5 ano, pela morte de 12 jovens em uma chacina de repercussão nacional.

De acordo com relatos de testemunhas, os cerca de 50 manifestantes, apenas com faixas e cartazes, bloquearam uma das vias em frente à universidade. Nesse momento, sem diálogo algum, a PM chegou jogando o veículo em cima dos manifestantes. Daí em diante o que se viu foi um cenário desproporcional de força e violência. Na tentativa de proteger uma jovem que era agredida, um dos líderes estudantis foi arbitrariamente detido. Só não foi levado à delegacia porque o grupo de estudantes conseguiu resgatá-lo da viatura. Muitos outros foram intoxicados com spray de pimenta.

Após a repressão, na busca por proteção, os jovens recuaram e entraram no prédio da reitoria da universidade. Do lado de fora do muro da Uneb, os policiais continuaram a pressão psicológica e as ameaças apontando em direção aos estudantes e os filmando. Mesmo após a solicitação do reitor para que a PM deixasse o local, a ameaça sob as/os meninas/os ainda durou aproximadamente meia hora. Vários vídeos e fotos de denúncia foram postados nas redes sociais.

A diretoria da ADUNEB repudia veementemente mais essa ação violenta do braço armado do Estado, representantes do governo Rui Costa. O sindicato exige ainda ampla apuração dos fatos, com punição exemplar dos policiais responsáveis por tamanha agressão. No atual período de ofensiva conservadora e retrocesso democrático, a luta pela liberdade de expressão e manifestação deve ser uma bandeira de luta de todas/os, sobretudo, na universidade, espaço reconhecidamente de fomento à ciência, cultura e socialização do conhecimento. 

Estudantes no prédio da reitoria após repressão