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Campus da Lapa debate lutas e conquistas feministas

 No Dia Internacional da Mulher, uma parceria da ADUNEB e do Movimento Estudantil da Uneb de Bom Jesus da Lapa, levou ao Campus XVII o evento “A História do Feminismo e o debate de gênero e classe: Lutas e conquistas”. A atividade variada, que contemplou os três períodos do dia, e recebeu em média 150 participantes, foi considerada pela diretoria da ADUNEB, um espaço rico em conteúdo e de caráter emancipatório a todas/os que puderam acompanhar. 

No período da manhã, após a abertura com uma programação cultural, aconteceu uma mesa sobre a história do feminismo, com debate sobre gênero e classe. Um dos objetivos foi refletir sobre as lutas e conquistas do Movimento Feminista. Já no período da tarde, ocorreu uma oficina sobre violência e suas múltiplas faces; além da exibição do filme “À Margem do Corpo”, que aborda questões como a violência sexual e a falta de amparo do Estado. As atividades foram encerradas no período noturno com debate e relatos de experiências sobre mulheres no trabalho. 
 
Mesa debate feminismo, gênero e classe

Falta de apoio

Durante os debates várias questões foram problematizadas, a exemplo do recente aumento da violência em Bom Jesus da Lapa, e da ausência de Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) na cidade. As diretoras da ADUNEB ressaltaram durante as discussões que a Lei Maria da Penha, de 2006, assim como a Lei do Feminicídio, homologada em 2015, são positivas à luta contra o machismo. As duas normas auxiliam na denúncia contra a violência e opressão machista, além de colaborarem para o empoderamento do sexo feminino. Porém, a falta de apoio dos governos estaduais e federal aos programas de proteção à mulher, faz com que o combate à violência não tenha a eficácia necessária. 

Em vigência desde 2006, a Lei Maria da Penha, um dia após entrar em vigor, foi prejudicada em sua execução, pois o governo federal cortou da Secretaria das Mulheres 85% do orçamento que era destinado àquela pasta. O problema ainda é intensificado pela falta de Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher. Na Bahia, dos 417 municípios, apenas 36 possuem Deam; e apenas duas cidades oferecem Casa Abrigo a mulheres vitimizadas ou em situação de risco. Lapa é um dos municípios que não possuem Deam e, segundo a lei, em tese, por possuir 70 mil habitantes já poderia ter a instalação de uma delegacia especializada. 
 
Diretora da ADUNEB em Lapa na abertura do evento