Notícias

Reitor José Bites blinda governo e se distancia da comunidade acadêmica

 No último dia 2 de junho o Comando de Greve (CG) da ADUNEB participou de uma entrevista, ao vivo, na rede de TV de maior audiência no estado, para falar sobre a greve das/os professoras/es da Uneb e das demais Universidades Estaduais da Bahia. Ao final da conversa, ainda durante a transmissão, o jornalista informou que a Reitoria da universidade havia sido convidada a participar da entrevista, mas preferiu não se pronunciar sobre a greve. Tal atitude da Administração Central, embora não seja surpresa para o conjunto das/os professoras/es, causou indignação na comunidade acadêmica.

Como tem sido amplamente divulgado pela ADUNEB e imprensa em geral, a greve das/os docentes e estudantes, com o apoio das/os técnicoa/-administrativas/os, tem como pauta central o aumento de recursos às estaduais da Bahia. A reivindicação é por mais orçamento para que seja garantida a qualidade de ensino, pesquisa e extensão na Uneb. Recursos esses que auxiliarão também a administração do reitor José Bites. Mas, mesmo diante dessa situação, desde o início da greve há quase um mês, Bites, além de não apoiar a comunidade acadêmica, que luta por melhor infraestrutura para a universidade que ele administra, ainda tem atitudes que tentam dificultar a ação do Comando de Greve. 

Desde o dia 13 de maio, início do movimento paredista, o reitor não publicou nenhum documento reconhecendo a greve na Uneb, mesmo sabendo que a radicalização tenha sido deflagrada em assembleia geral docente, de maneira democrática e por ampla maioria de votos. Ação oposta a realizada recentemente pelo reitor da Ufba, João Salles, que já no dia seguinte à deflagração da greve naquela universidade, divulgou carta reconhecendo a legitimidade da ação das/os docentes. 

Mesmo no âmbito das Ueba o reitor Bites destoa dos demais reitores ao mostrar sua submissão ao governador.  Enquanto na Uneb o gestor tenta maquiar a realidade e não informa, nem ao menos do site da instituição, sobre a existência da greve, na Uesb, o Conselho Universitário, presidido pelo reitor Paulo Santos, em 25 de maio, deliberou, por unanimidade, uma moção de apoio à greve da categoria docente. (leia aqui). Já o reitor da Uefs, Evandro Nascimento, na próxima terça-feira (09), às 9h, em ação conjunta com o Movimento Docente daquela instituição, fará uma Aula Pública para tratar da situação orçamentária da Uefs (leia aqui).

As atitudes de José Bites evidenciam que suas intenções buscam apenas blindar seu chefe, o governador do estado, se distanciando assim dos interesses, das necessidades e dificuldades da comunidade acadêmica da Uneb. Outra ação do reitor que tentou claramente prejudicar o trabalho do Comando de Greve foi a criação de um grupo que se auto intitulou “Comissão de Mediação Interna”. O objetivo da reitoria foi dificultar as decisões da Comissão de Ética do CG, mesmo ciente que a Comissão das/os professoras/es foi deliberada e legitimada na assembleia que deflagrou a greve. A atitude do reitor evidencia desrespeito com o movimento docente e com o conjunto das/os professoras/es da universidade. 

As ações do reitor da Uneb contra a greve legítima, que busca defender a Universidade do Estado da Bahia enquanto patrimônio público, têm como consequência o aumento da indignação e da força de mobilização do movimento paredista. Em defesa da educação pública superior, contra os interesses espúrios do estado e de seus representantes, o MD não irá retroceder. A greve que já começou forte aumenta a cada semana.
 
Entrevista com prof. Milton Pinheiro - Reitoria se recusou a participar