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150 anos da AIT - ADUNEB debate a luta dos trabalhadores ontem e hoje

 Para discutir sobre os 150 anos da Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT) a ADUNEB promoveu um debate no campus I, em Salvador, em 17.12. A atividade contou com a participação dos professores Antonio Carlos Mazzeo (USP) e David Maciel (UFG), que debateram a importância histórica da AIT, suas perspectivas e consequências na história. A mediação foi do diretor da ADUNEB e do ANDES-SN, Milton Pinheiro.

Segundo Pinheiro, o debate foi uma pequena homenagem aos 150 anos da Primeira Internacional, como é comumente conhecida a AIT, a primeira organização mundial a conseguir reunir várias correntes políticas do movimento operário e sindical mundial. Para além da homenagem, a atividade organizada pela ADUNEB busca dar sequência a mais um dos objetivos do sindicato: a constante formação política do coletivo dos professores. 
 
Debate sobre AIT - Professores David Maciel, Milton Pinheiro e Antonio Mazzeo
 
Historiador da Universidade Federal do Goiás, David Maciel, mostrou em suas reflexões que as revoluções de 1848, ocorridas na Europa Central e Oriental, influenciaram e tiveram suas teorias retomadas em 27 de setembro de 1864, início da AIT. Tendo como um de seus principais militantes Karl Marx, o pensador defendia que a luta política não poderia vir dissociada da econômica. Nesse sentido, a luta era totalizante, portanto, caberia ao proletariado se organizar enquanto classe e buscar o enfrentamento da burguesia na construção da revolução. Marx defendia ainda que a classe operária teria que lutar por sua própria emancipação, buscando sua independência e autonomia. Além disso, tendo que ter iniciativa revolucionária e vocação hegemônica. O objetivo maior da AIT era a construção e fortalecimento de um amplo movimento político da classe operária internacional.
 
Aposentado pela Unesp e atual professor do programa de história da USP, Antonio Mazzeo, entre outras reflexões, trouxe as discussões para a atualidade. Afirmou que muitas questões debatidas na AIT continuam presentes no movimento operário recente. À luz das teorias de Hegel, Marx e Bakunin, o professor Mazzeo debateu sobre o papel do Estado e a formação da consciência da classe revolucionária. Para o docente da USP, desde a AIT até hoje, se discute sobre quais as condições objetivas para o trabalhador adquirir consciência de classe. Partidos políticos são necessários para a organização da luta de classes?
 
Antonio Mazzeo afirma que na complexidade da modernidade as massas não se auto organizam. Existe uma crise em que o trabalhador não se sente pertencente à classe trabalhadora. “É preciso recompor a ideia de partido político, de organização, de hegemonia e de vanguarda”. Para finalizar o debate, o professor David Maciel complementou o raciocínio de Mazzeo. Em sua análise, o docente concluiu que o sentido de pertencimento de classe tem que ser recuperado por meio da luta política, que deve vir orientada por teorias e bases revolucionárias, encerra o docente.  
 
Comunidade acadêmica presenta no debate sobre a Primeira Internacional