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Comunidade acadêmica das Ueba faz greve de advertência, mostra força e pressiona governo



 A greve de advertência e as atividades de mobilização que as Universidades Estaduais da Bahia (Ueba) realizaram durante toda a semana passada cumpriram seus objetivos. Além de denunciar a crise financeira imposta pelo governo do Estado à educação pública superior, a atividade mostrou que é possível a construção da unidade de luta das três categorias das Ueba. Essa é a análise dos diretores da ADUNEB.

A greve de advertência aconteceu de 17 a 19 de setembro. A atividade fez parte da Semana de Mobilização e Lutas. Entre as principais reivindicações estavam o aumento do repasse orçamentário para, no mínimo, 7% da Receita Líquida de Impostos; e a luta contra o corte de R$ 7,2 milhões de custeio e investimento, previstos na Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2015. Neste ano, o governo já havia cortado das Ueba, também em custeio e investimento, mais R$ 12 milhões.
 
Parte do acampamento montado em frente à Alba
 
No primeiro dia de greve, após acampamento e ato público em frente à Assembleia Legislativa (Alba), ao anoitecer, professores, funcionários e técnicos das Ueba ocuparam o salão nobre da casa de leis. As reivindicações foram amplamente divulgadas pela imprensa.
 
Na sexta-feira (19), último dia de mobilização, os manifestantes optaram por desocupar a Alba e foram ao encontro da sociedade. Um ato público foi realizado da Praça da Piedade. O objetivo foi desmentir as informações enganosas que vinham sendo utilizadas pelo governo, na tentativa de confundir à população sobre a crise orçamentária. 
 
Comunidade acadêmica ocupa o salão nobre da Alba
 
Enganação 
 
Após a denúncia da comunidade acadêmica, os representantes de Jaques Wagner tentaram utilizar um jogo de números para enganar a população. Em nota pública informaram um fictício investimento nas Ueba. Como prova apresentavam números absolutos do orçamento ao qual constavam valores acrescidos, principalmente, do setor de pessoal. Mas segundo a ADUNEB, o que o governo omitiu é que os recursos da rubrica de pessoal, necessariamente, todo ano aumentam. Reduzir verba de pessoal significaria, na prática, reduzir os salários dos trabalhadores, o que é proibido pela legislação trabalhista. O ataque que o governo faz à educação é nos setores de custeio e investimento, que são os responsáveis por financiar ensino, pesquisa e extensão.
 
Diante da pressão da comunidade acadêmica, em 16,09, a Secretária de Planejamento divulgou a liberação de R$ 7,8 milhões dos R$ 14 milhões já prometidos pelo governo para reposição orçamentária. Para a diretoria da ADUNEB, embora esse recurso seja uma conquista das Ueba, o cenário de crise financeira em nada se altera. O orçamento liberado foi destinado novamente ao setor pessoal e não a custeio e investimento. Esse dinheiro será destinado, por exemplo, para destravar as filas de promoção e progressão docentes represadas pela Secretaria de Administração.
 
Mobilização na Praça da Piedade
 
Segundo os professores, após a demonstração de força na greve de advertência, a comunidade acadêmica das Ueba avaliará os próximos passos para que a pressão ao governo continue a ocorrer. É urgente a liberação de mais orçamento, tanto para custeio e investimento quanto para ampliação do quadro de vagas. A próxima reunião do Fórum das ADs está pré-agendada para o dia 13 de outubro, na Uesc, em Ilhéus.
 
Veja mais fotos da mobilização e ocupação da Alba.
 
Veja mais fotos do ato público na Praça da Piedade.