Governo admite dificuldade em reajuste de 28% e adia contraproposta
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A segunda reunião técnica entre o Movimento Docente (MD) das Universidades Estaduais da Bahia (Ueba), ANDES-SN e o governo Wagner aconteceu nesta terça-feira, 18.12, no Centro Administrativo da Bahia, em Salvador. Na pauta estavam a reivindicação salarial da categoria e, particularmente, a apresentação de estudos remuneratórios de carreira elaborados por ambas as partes. Pelo Executivo estiveram presentes o Superintendente de Recursos Humanos da SAEB, Adriano Tambone, o Coordenador da CODES, Nildon Pitombo, e o Chefe de Gabinete da SERIN, Emilson Piau. Representando a ADUNEB estavam a coordenadora do Fórum das ADs, Zózina Almeida, e as professoras Sinoélia Pessoa, diretora executiva, e Daniela Santos, diretora estadual da Associação.
Durante a apresentação das pesquisas remuneratórias sobre a carreira docente, governo e MD fizeram uma discussão sobre os dados apresentados. As informações expostas pelos professores foram tabuladas na última reunião do Fórum das ADs, realizada em Feira de Santana, em 14.12. Números, tabelas e índices comparativos que demonstram a defasagem salarial entre os professores das Ueba e as outras universidades estaduais do Nordeste.
Na perspectiva dos professores a reunião caminhou pouco na direção de um entendimento sobre o reajuste salarial. Pelo contrário, apontou para um cenário desfavorável à categoria. Após observar os cálculos docentes que comprovaram a defasagem salarial e a justa reivindicação de 28% de reajuste, Adriano Tambone, da SAEB, afirmou que o governo não conseguirá atender a exigência. “Temos parâmetros de ganho real que não serão fáceis de negociar”, afirmou o representante do governo.
Tambone disse ainda que para a próxima reunião, em 8 de janeiro, ainda não será possível apresentar uma contraproposta salarial. Essa foi uma das reivindicações dos professores durante a reunião. Para o próximo encontro a SAEB se comprometeu apenas a apresentar diferentes cálculos estimativos e cenários de reajuste sobre a folha de pagamento dos docentes.
O representante da SERIN, Emilson Piau, demonstrou incômodo com a campanha de mídia realizada pelas ADs, em que mostra à sociedade os salários dos professores das Ueba entre os últimos da região Nordeste. A mensagem mostra o descaso do governo Wagner com a educação, e tem sido amplamente divulgada pela imprensa nas atividades da agenda de mobilização colocadas em prática pela categoria. O governo tem preocupação em preservar sua imagem, mas, na sua postura cômoda e autoritária não faz nada para alterar o quadro atual de baixos salários e orçamento deficitário para as Ueba. Ao tempo que continua com seu usual posicionamento de classificar a educação superior como onerosas e não como investimento social. As urnas demonstraram nas últimas eleições: governo que não se preocupa com a educação perde a eleição.
Quadro docente
Durante as discussões as ADs conseguiram agendar com Nildon Pitombo, da CODES, uma reunião para debater sobre a defasagem do quadro docente das Ueba. Segundo os professores, é necessário lutar pela ampliação do número de profissionais, pois o grave quadro da falta de docentes precariza as condições de trabalho da categoria, além de comprometer o funcionamento regular dos próximos semestres. A reunião foi marcada também para o dia 8 de janeiro, na Secretaria da Educação, e contará com a presença do Fórum dos Reitores das Ueba.
