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Centrais Sindicais preparam mobilizações pela reestatização da Embraer e reintegração dos demitidos



Em meio aos rumores de novas demissões, o Comitê Nacional pela Reestatização da Embraer definiu, nesta quinta-feira, dia 2, a organização de mobilizações em Brasília e um grande ato-show em São José dos Campos pela reestatização da empresa e pela reintegração dos 4.273 demitidos. As ações fazem parte da campanha unificada das centrais sindicais que compõem o Comitê.

Representantes da CONLUTAS, CUT, CGT, CTB, Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, dos Químicos e dos Petroleiros participaram da reunião ocorrida hoje, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos e definiram os próximos passos para o fortalecimento da campanha pela reestatização da Embraer e reintegração dos demitidos.

O comitê pretende construir uma mobilização nacional em defesa do patrimônio público, que, com o processo de privatização, foi colocado nas mãos de capital estrangeiro. Atualmente, mais de 60% das ações da Embraer estão em poder de grupos e acionistas internacionais.

No dia 14 de julho, delegações de trabalhadores, organizadas pelas centrais, sairão de diferentes regiões para acompanhar a audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal, marcada para as 10h.

“Vamos conduzir no Senado a discussão em defesa da soberania nacional, que foi quebrada com a privatização da Embraer, e pressionar o poder público para que nos apoie na luta pela reintegração dos demitidos”, afirma o vice-presidente do Sindicato, Herbert Claros da Silva.

As centrais também acompanharão o julgamento, dia 10 de agosto, no Tribunal Superior do Trabalho, em Brasília, sobre a abusividade da demissão em massa promovida pela Embraer.

“Queremos engajar toda a sociedade nessa luta. Não podemos deixar as demissões caírem no esquecimento. A partir do julgamento, vamos implementar as mobilizações e garantir a discussão da reestatização em todos os setores da sociedade”, afirmou Antonio Carlos Spis, membro da Executiva Nacional da CUT.

As centrais buscarão também agendar uma reunião com Laís Abramo, representante da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil, para discutir sobre as demissões, a maior realizada por uma empresa brasileira desde o início da crise econômica mundial.

As ações populares do comitê serão centralizadas principalmente em São José dos Campos, cidade-berço da Embraer. Um grande ato-show deverá acontecer na cidade para chamar a atenção da população e da sociedade civil organizada para a necessidade de reestatização da indústria aeronáutica. O evento contará com a participação de todas as centrais sindicais que integram o comitê.

“A reestatização é a única forma de garantir o emprego dos trabalhadores da Embraer e a defesa da soberania nacional. Enquanto a empresa estiver nas mãos de grupos estrangeiros, as demissões continuarão acontecendo e um patrimônio nacional como a Embraer continuará em risco”, concluiu o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Vivaldo Moreira Araújo.

O Coordenador da Conlutas, Atnágoras Lopes, reafirmou a preocupação diante dos rumores sobre novas demissões na Embraer. Assim como ocorreu às vésperas das 4.273 demissões em fevereiro, diretores do Sindicato têm recebido freqüentes informações sobre a possibilidade de cortes de até 2 mil trabalhadores na empresa.

“A postura da Embraer na audiência de conciliação ocorrida no TST, no último dia 29,, expressou a truculência da empresa. É hora de unir forças em defesa desse patrimônio de São José dos Campos e do povo brasileiro”, afirmou Atnágoras.