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Confira os manifestos das chapas que disputarão a diretoria do ANDES-SN:

As duas chapas que concorrem à direção do ANDES-SN foram apresentadas à plenária do 29º Congresso, realizado em Belém de 26/1 a 1/2, no domingo (31/1), após o encerramento do prazo previsto para inscrições no pleito.

A Chapa ANDES- AUTÔNOMA E DEMOCRÁTICA, efetuou seu registro na secretaria do Sindicato Nacional às 1:30 horas do sábado (30/1), horário de Belém (PA), tendo, por isso, sido denominada Chapa 1.

Pela Chapa 1, concorre ao cargo de presidente a professora Marina Barbosa Pinto (ADUFF SSIND), ao de secretário-geral Márcio Antônio de Oliveira (APESJF SSIND) e ao de 1º tesoureiro Hélvio Alexandre Mariano (ADUNICENTRO SSIND).

A Chapa ANDES PARA OS PROFESSORES fez seu registro às 17:25 horas de sábado (30/1), também no horário de Belém (PA), sendo, portanto, denominada Chapa 2.

Concorre ao cargo de presidente Flávio Borges Botelho Filho (ADUNB-SSIND), ao de secretário-geral José Audísio Costa (ADUFEPE-SSIND) e ao de 1º tesoureiro Carlos Alberto Eilert (ADUFMAT-SSIND).

Eleições
As votações serão realizadas nos dias 11 e 12/5, nos locais definidos pelas Seções sindicais do ANDES-SN.

A diretoria do Sindicato Nacional é composta por 83 diretores, com representação de docentes de todas as regiões do país.

A posse da nova diretoria ocorrerá durante o próximo CONAD, que será realizado em Fortaleza, em junho deste ano.

 

Confira os manifestos:


Chapa 1
ANDES-AUTÔNOMA E DEMOCRÁTICA

 As eleições do ANDES-SN para o período 2010-2012 confirmam uma trajetória vitoriosa do movimento docente iniciada há décadas. A estruturação dos direitos relacionados ao trabalho docente é um dos principais resultados desse esforço coletivo. Diferentes gerações de professores souberam traduzir para a realidade uma concepção de universidade que busca abrigar a autonomia intelectual e referenciar a produção do conhecimento na sociedade brasileira. Este é um desafio permanente que se constitui como base de nossa existência profissional e se projeta para o futuro como uma condição a ser defendida. Por isso, carreira docente, salário e aposentadoria dependerão sempre de nossa força política e importância social.

O reconhecimento desses direitos é uma tarefa difícil numa circunstância em que as experiências da maioria dos trabalhadores têm sido marcadas pela redução dos empregos formais, pelo empobrecimento e pela fome. A tendência é que nossos diretos sejam vistos cada vez mais como privilégios configurando uma vigorosa pressão para precarizar nosso trabalho. No contexto de uma intensificação sem precedentes das atividades que compõem o trabalho docente, a natureza indissociável das atividades de ensino, pesquisa e extensão tem sido sistematicamente fustigada, perdendo espaço para um tipo de organização do trabalho ditada por acelerado ritmo da produção acadêmica que compromete a qualidade do pensamento intelectual. Nosso trabalho passa a ser subordinado à padrões de produtividade orientados por políticas de governo e conectados com interesses empresariais absolutamente estranhos aos princípios da autonomia universitária e da atividade intelectual. Este sentimento de perda da autonomia em relação ao nosso trabalho tem sido a senha para a descaracterização da universidade pública brasileira. É, portanto, nessa situação histórica que precisamos reafirmar princípios que revertam esse processo de precarização da docência tais como a gestão democrática das instituições, o financiamento público da educação e a dedicação exclusiva como regime prioritário de trabalho. Este é um momento histórico que tem sido decidido nos diversos enfrentamentos protagonizados pelo movimento docente e é esta a razão dos ataques sofridos pelo ANDES-SN.

Esta defesa que fazemos dos nossos direitos deve estar alicerçada no cotidiano das universidades e na sociedade. A valorização de nosso trabalho precisa ser conduzida pelos docentes em todos os espaços universitários. O tempo de pensar e de agir como um sujeito coletivo precisa ser revigorado, e isto significa revitalizar os espaços sindicais como lugar de aglutinação de forças e de decisão. Ao mesmo tempo precisamos nos referenciar constantemente na sociedade de modo a participar ativamente do processo de reorganização da classe trabalhadora em meio às pressões que tentam mitigar os direitos sociais, cooptar, neutralizar e destruir as entidades representativas dos trabalhadores. Entendemos que nossa resistência será sempre mais forte quando articulada e sintonizada com os movimentos sociais e entidades combativas dos trabalhadores. É neste contexto de construção da unidade política dos trabalhadores que se torna crucial nossa participação e contribuição na CONLUTAS, principalmente no que se refere aos temas relacionados à educação.

Acreditamos que o futuro das universidades públicas e de nossos direitos depende de nossa disposição coletiva em continuar a construção de uma resistência ampla e unificada que preserve a natureza pública e gratuita da universidade e as conquistas sociais dos trabalhadores. Por esse motivo o sentido da defesa e valorização do trabalho docente tem que abranger todos os professores. O violento processo de demissão e perseguição vivido pelos docentes das Instituições privadas fragiliza nossa posição e existência tanto quanto as políticas que atualmente estimulam condições diferenciadas de trabalho nas instituições públicas, a exemplo das vagas docentes estabelecidas a partir do REUNI. Por isso nosso sindicato deve organizar e representar todos os professores a partir da defesa de um padrão único de qualidade para a educação superior. É preciso contrariar a lógica de uma universidade exclusivamente instrumental e subordinada ao mercado. É preciso fazer germinar os valores da autonomia na produção do conhecimento, do respeito ao trabalho intelectual, da identidade e dignidade docente e da solidariedade entre os trabalhadores. É preciso reafirmar o ANDES-SN a partir de nossa prática sindical formulada nos amplos e democráticos espaços das assembleias docentes, nos grupos de trabalho, nos CONADs e Congressos de nosso sindicato. É preciso, enfim, construir nosso futuro alicerçado numa prática Autônoma e Democrática.

 

CHAPA 2
ANDES-SN PARA OS PROFESSORES

O movimento docente vive hoje o pior momento em seus 30 anos de luta organizada. O auge de sua ação ocorreu nos anos 80, no bojo do crescimento dos movimentos populares e da redemocratização do país.

Atualmente está desmobilizado e dividido. Os grupos dirigentes não têm tido a habilidade necessária para representar a contento os interesses da categoria docente das IES, o que tem resultado em grandes perdas para a categoria. Questões específicas que afligem o cotidiano dos professores têm sido negligenciadas. Como resultado, temos uma grande insatisfação nas bases do movimento docente quanto à forma de condução do nosso sindicato, o que culmina com a desfiliação de várias AD’s.

 O fortalecimento do ANDES-SN exige uma condução pautada pelo respeito às diversas tendências políticas e ideológicas existentes no interior da base do movimento e suas questões debatidas, de forma ampla e democrática, sem cair na tentação de se tornar uma correia de transmissão de partidos políticos.
Assim, no embate com o Governo, nem a direção do ANDES-SN, nem a do PROIFES, têm representado adequadamente os interesses dos docentes, distanciando-se das bases. Caminhar em consonância com as bases é a única forma de superar os obstáculos, propiciando a união da categoria e resultando no fortalecimento de nosso movimento.

Esse estado de coisas levou um grupo de militantes do nosso sindicato, ANDES-SN, a propor a construção de uma direção que retorne às origens de respeito às bases e às diferenças. Assim, nos aceitamos constituir uma chapa para as eleições do ANDES-SN, que represente este sentimento, com os seguintes princípios como compromisso de gestão de nosso sindicato -  ANDES-SN:

  1. Volta definitiva às bases, colocando o professor como protagonista e não como coadjuvante. Priorizar as demandas e carências dos professores e não as propostas e direcionamentos de partidos e de facções políticas partidárias.
  2. Independência total em relação ao governo e comprometida com a centralidade das lutas próprias da categoria, bem como com a articulação com as entidades representativas da classe trabalhadora visando sua inserção nos movimentos sociais de transformação do Brasil em uma sociedade mais justa, mais fraterna, mais solidária e com maior distribuição de renda;
  3. Luta em defesa dos interesses da categoria com disposição permanente à negociações e ao diálogo com o governo e com demais atores sociais e políticos, mantendo nossa autonomia como sindicato e tendo como referencia as deliberações das bases do ANDES-SN;
  4. Construção objetiva de um projeto de carreira docente, amplamente debatido em cada setor, que represente os interesses da categoria e constitua-se numa das bandeiras de luta da categoria.
  5. Reestruturação do ANDES-SN de forma a torná-lo menos oneroso e mais eficiente.
  6. Construir um canal permanente de diálogo, apesar da visão crítica às diferenças, com as centrais sindicais de forma garantir nossa participação nas lutas maiores da classe trabalhadora.
  7. Buscar o equilíbrio na defesa dos interesses da categoria docente em seus diferentes níveis de atuação em IES públicas ou privadas, debatendo e construindo saídas para superação de problemas e conquistas de direitos.