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Professores protestam em defesa da categoria. Governo Rui Costa mente e tenta enfraquecer movimento



 Os professores das Universidades Estaduais Baianas (Ueba) demonstraram força e fecharam os portões, por 24 horas, nesta terça-feira (28), contra os ataques dos governos Rui Costa e Michel Temer. Durante os protestos, que aconteceram por todo o estado, os docentes denunciaram a crise das Ueba e a intransigência do governo estadual que, além de recusar negociação, vem à público tentar enganar a sociedade. Como resposta às manifestações, que tiveram ampla repercussão na imprensa, o Palácio de Ondina divulgou resposta caluniosa na tentativa de enfraquecer o Movimento Docente.

No campus I da Uneb, em Salvador, a partir das 8h da manhã, professores fizeram panfletagem, ofereceram café da manhã e dialogaram com a comunidade da região, que passava pelo local. Vários campi do interior também realizaram atividades de protesto. Outras Ueba também aderiram ao Dia Estadual de Paralisação.
 
Entrevista com o coordenador geral da ADUNEB. Protesto teve ampla cobertura da imprensa

De acordo com o coordenador geral da ADUNEB, Milton Pinheiro, o descaso do governo estadual tem levado as Ueba a uma grave crise. Entre os problemas estão o desrespeito aos direitos trabalhistas dos docentes, garantidos em lei, e os déficits orçamentário da universidade e de salários. Apenas na Uneb, a Secretaria de Administração (Saeb) nega promoções e alterações de regime de trabalho, que são direitos trabalhistas, a 279 professores. No período de 2013 a 2016, as Ueba acumularam redução de R$ 213 milhões no orçamento de manutenção, investimento e custeio. O cálculo é uma projeção que leva em consideração os cortes orçamentários e os reajustes das inflações acumuladas nos períodos. Já os salários foram corroídos em quase 20%, pois há mais de dois anos não acontece o pagamento da reposição inflacionária. 
 
Calúnia
 
Em resposta aos protestos e na tentativa de enfraquecer o Movimento Docente, a Secretaria Estadual da Educação (SEC) divulgou nota caluniosa à imprensa. Inicialmente, para descaracterizar o protesto estadual contra o governo Rui Costa, declarou se tratar de uma mobilização apenas nacional contra as políticas do governo Temer. Depois tentou deslegitimar os sindicatos das quatro Ueba, representações máximas da categoria docente, informando que sobre o problema do orçamento “dialogam com as universidades”, ou seja, conversam com as reitorias. Nada relatam sobre as inúmeras solicitações de reuniões feitas pelo Movimento Docente.
 
Já sobre os direitos trabalhistas negados, a SEC novamente tentou enganar ao afirmar que “Cumpriu com as promoções e progressões acordadas com o movimento docente, na medida das possibilidades decorrentes da saída do limite prudencial”. Segundo Milton Pinheiro, que também é coordenador do Fórum das ADs, nenhum acordo desse teor foi realizado pelas representações dos professores. “Desde o início a categoria reivindica as implantações dos direitos trabalhistas a todos os docentes, que assim os merecem, e não apenas parcela desses. Reforço que na Uneb, atualmente, 173 professores têm suas promoções negadas, e outros 106 também estão com as alterações de regime de trabalho travadas pela Saeb”, disse Milton Pinheiro. Para o diretor da ADUNEB, tais afirmações falsas por parte do governo só servem para criar ainda mais indignação na categoria, que já aprovou o indicativo de greve e segue rumo à radicalização.
 
Panfletagem e diálogo com a comunidade em frente à Uneb de Salvador
Brasília
 
Neste mesmo dia 28 de novembro, professores representantes do ANDES-SN participaram, em conjunto com as demais categorias dos servidores públicos federais, da caravana à Brasília (DF), com manifestação na Esplanada dos Ministérios. O protesto foi definido pelo Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), e teve, entre seus eixos, a luta contra a Medida Provisória 805/2017, contra a Reforma da Previdência e pelas revogações da Emenda Constitucional 95 – que congelou o orçamento da União para despesas primárias -, e da Lei das Terceirizações, além de outros ataques aos direitos dos trabalhadores e aos serviços públicos.