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Apesar da repressão, Frente Nacional em Defesa do Ensino Público Superior é lançada no RJ



 Professores, estudantes, representantes de movimentos sindicais, sociais e outras organizações políticas participaram nesta quinta-feira (19), no Rio de Janeiro, do lançamento da Frente Nacional em Defesa das Instituições Púbicas de Ensino Superior. A atividade, que contou com uma passeata contra o fechamento da Uerj, Uenf e Uezo, sofreu repressão militar do governo Pezão. A manifestação e a construção da frente foi organizada conjuntamente por diversos sindicatos, coletivos estudantis e centrais sindicais. ANDES-SN e CSP-Conlutas tiveram efetiva participação na organização do ato. Três professoras da ADUNEB estiveram presentes no protesto, representando o sindicato, e somaram forças em defesa da educação pública. A concentração ocorreu na Uerj, Campus Maracanã. Durante a atividade um manifesto (leia aqui) foi divulgado, assinado por diversas entidades.

                                                                                         Foto: CSP-Conlutas

Manifestação pacífica

Em entrevista à Agência Brasil a presidente do ANDES-SN, Eblin Farage, explicou a importância da Frente Nacional que acaba de ser lançada. “É uma iniciativa que surgiu em decorrência dos ataques que as universidades públicas estão sofrendo em todo o país. Inicialmente, iríamos focar na defesa das universidades estaduais, mas avaliamos que a situação preocupa todo o ensino superior. Vivemos um contexto de pagamentos atrasados, promoções e progressões congeladas, aumento da alíquota da contribuição previdenciária e imposição de carreiras prejudiciais aos servidores", afirmou Eblin. Durante a conversa com a imprensa, a presidente ainda ressaltou a atual agenda de mobilização: “Precisamos organizar esse calendário de lutas no qual, no dia 27, os servidores públicos ocupem as ruas, e que culmine no dia 10 de novembro num grande dia de lutas, com greves e paralisações", finalizou.
 
                                                                                                                                                                        Foto: CSP-Conlutas
Presidente do ANDES-SN, Eblin Farage, em discurso durante o ato público
Violência

A passeata pacífica, em favor da educação pública e gratuita, foi reprimida pela PM, que jogou bombas de gás sob a ordem do governo Pezão. Uma das professoras atingidas por duas bombas, sendo que uma delas estourou embaixo de seus pés, foi Sara Granemann (UFRJ), uma das mais conceituadas pesquisadoras do país sobre sistemas previdenciários. Em sua página em uma rede social ela comentou: “Apenas havíamos saído para a rua, em uma passeata alegre, grande e bela e a polícia começou a jogar bomba. A segunda delas caiu-me ao lado e corri para atravessar a rua, mas os carros não demonstravam muita paciência e aí uma nova bomba me estourou no pé. Seus estilhaços queimaram-me a pele e o gás desatinou-me. Companheiros técnicos ajudaram-me na travessia da via e para longe da fumaça tóxica das bombas químicas”.                                                                   
                                                                                                                                 Foto: Luiz Fernando Nabuco (Aduff-SSind)
Reprimidos por bombas de gás

Ainda sob efeito da agressão sofrida, com tontura, náusea e dor de cabeça, no final da sexta-feira (21), a professora Sara gentilmente atendeu a reportagem da ADUNEB, após retornar do hospital, onde passou por nova avaliação médica. “Gostaria de reforçar que o ocorrido não nos tirará da luta. Continuaremos a defender a educação pública gratuita e a classe trabalhadora brasileira”, frisou a docente. 
                                                                                                                                                          Foto: Arquivo pessoal Sara Granemann
Parte da roupa da profa. Sara Granemann, queimada pelas bombas da PM

A diretoria da ADUNEB repudia a violência da PM do governador Pezão. Ao mesmo tempo, manifesta total solidariedade à professora Sara Granemann e aos demais manifestantes agredidos pelo Estado do Rio de Janeiro. 

Fonte: ANDES-SN e Jornal O Dia