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ADUNEB alerta às alterações no Planserv



 Neste mês de agosto o Planserv fará licitação para contratar uma empresa que, de acordo com informações do governo Rui Costa, terá a função de aprimorar a gestão do plano de saúde dos servidores públicos estaduais. A diretoria da ADUNEB acompanha a questão com preocupação e solicita que os professores fiquem alertas, sobretudo, a possíveis prejuízos aos seus direitos enquanto usuários do sistema. O sindicato acompanha o processo e fará a denúncia de qualquer tentativa de terceirização ou privatização do Planserv. 

A preocupação da ADUNEB se justifica, principalmente, diante das várias ações que o governo do Estado tem colocado em prática, em ataque aos funcionários públicos. No mês de fevereiro, em Feira de Santana, sem nenhum aviso prévio, o Planserv descredenciou um hospital pediátrico que atendia toda a região (leia mais). Já no mês de junho, servidores associados ao Planserv, tiveram restrições do acesso aos atendimentos médicos. Apenas em Salvador, o problema da limitação de consultas e exames atingiu hospitais como o Santa Izabel e o Português. Segundo relatos de pacientes, as dificuldades impactaram inclusive exames específicos para detectar tumores. 
 
De acordo com uma nota interna do Hospital Português à equipe clínica, publicada pelo site BNews, “em função de decisão unilateral do Planserv, o Hospital Português deverá cumprir um rigoroso controle de cotas/orçamento estabelecido por esta operadora para a sua rede credenciada. Consideramos que estamos atualmente muito acima dessa cota estabelecida e que a mesma não poderá ser ultrapassada, será necessário um controle dos atendimentos e internamentos em nosso hospital". 
 
Para a diretoria da ADUNEB, o governo Rui Costa, mais uma vez, ataca o trabalhador. A intenção é retirar recursos financeiros da área da saúde e destina-los ao superávit primário, além da execução de obras que serão utilizadas na campanha eleitoral para governador, em 2018. Para justificar a restrição aos serviços do Planserv e o prejuízo aos funcionários públicos, o governo age de má fé e coloca a culpa no próprio trabalhador. Em entrevista à rádio Metrópole, em 2 de junho, o secretário da Fazenda, Manoel Vitório, afirmou que o servidor está “sangrando o plano”, devido às “utilizações abusivas”. Em sua declaração o secretário da Fazenda ainda tentou causar insegurança no funcionalismo, declarando que se os atendimentos do Planserv continuarem como estão “não vai dar para quem realmente precisa”. Vitório finalizou demonstrando o que realmente pensa sobre o plano de saúde ao servidor público, em que analisa o setor como gasto e não como investimento na saúde do trabalhador: “Acho que agora o que o Planserv tem que fazer cada vez mais, é gerir o gasto”. 
 
A ADUNEB contesta as declarações do secretário da Fazenda, que sinalizam suposta dificuldade do cofre do Estado. O próprio governo, por meio da secretaria de Comunicação, em janeiro de 2017, divulgou que havia economizado R$ 1,2 bilhão nos dois últimos anos (leia mais). Recursos que são negados à saúde, à educação e outros setores sociais. 
 
O Movimento Docente repudia a falta de comprometimento do governo estadual, no setor da saúde, com o funcionalismo público. Relembra ainda que essa não foi a primeira investida do governo Rui Costa contra os servidores que possuem Planserv. Conforme denunciado pela ADUNEB, em novembro de 2015 (leia mais), naquele período, sem discussão anterior com a categoria, o governo aumentou à beira do Natal os descontos nos contracheques dos trabalhadores. O fato chegou a dobrar o valor da mensalidade no bolso do professor que, em alguns casos, passou a representar até 75% de um salário mínimo.

Fontes: Portal dos Servidores, Secretaria de Comunicação Social, Metro1 e BocãoNews.