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Plínio de Arruda Sampaio Jr. abrirá o IV Congresso da Aduneb nesta sexta-feira (21)



 O campus de Salvador da Uneb recebe neste final de semana, de 21 a 23 de julho, o IV Congresso da Associação dos Docentes da Uneb - Aduneb. O espaço é reconhecido como o maior fórum de deliberação da entidade. Este ano terá como tema “Universidade pública e a crise brasileira”. O primeiro dia do evento, sexta-feira (21), contará com uma conferência do professor da área de economia da Unicamp, Plínio de Arruda Sampaio Jr., que fará reflexões sobre o tema do congresso. A atividade será a partir das 14h, no auditório da Aduneb. O campus da universidade fica na Rua Silveira Martins, 2555 - Cabula. A entrada é gratuita e aberta a todos os interessados. 

Segundo a comissão organizadora do congresso, durante os três dias, os professores discutirão assuntos como a qualidade da educação pública superior, o baixo orçamento destinado às universidades estaduais da Bahia, além das estratégias contra a retirada de direitos trabalhistas e sociais da categoria docente. Vários professores, representantes dos campi da Uneb da capital e do interior, já confirmaram presença no evento, a exemplo de docentes de Juazeiro, Euclides da Cunha, Teixeira de Freitas, Barreiras, Eunápolis, Senhor do Bonfim, Guanambi, Alagoinhas e Santo Antônio de Jesus.

Para o pesquisador em Ciência Política e diretor da Aduneb, Milton Pinheiro, o congresso acontece em um momento de extrema importância, devido a real possibilidade de greve. “As universidades estaduais da Bahia passam por profunda crise orçamentária. Por falta de comprometimento do governo do Estado faltam recursos para a infraestrutura básica às pesquisas, laboratórios e salas de aula. Nenhum dos 24 campi da Uneb possuem restaurante universitário. Apenas o campus de Salvador tem posto de atendimento médico”, relata o professor. 

Ainda de acordo com Pinheiro, ocorre também o desrespeito aos direitos trabalhistas dos professores. Embora na semana passada a Saeb tenha liberado promoções e progressões, que estavam travadas desde 2015, nem todos os docentes tiveram seus direitos contemplados. Ainda ficaram de fora centenas de promoções e 106 alterações de regime de trabalho. Além da Uneb, o mesmo problema acontece na Uefs, Uesb, Uesc e em outras categorias do serviço público. “Ainda temos a negativa no pagamento do reajuste linear dos servidores, que recompõe as perdas inflacionárias e não são pagos pela Saeb há dois anos. A reivindicação de recomposição salarial da categoria docente é de 30,5%, mas há sete meses o governo se recusa e abrir negociação. Problemas não faltam. O descontentamento é geral. A próxima assembleia docente, que acontecerá ainda este mês, pautará o possível indicativo de greve”, finalizou Milton Pinheiro.

Sobre o conferencista

Plínio de Arruda Sampaio Jr. é economista, graduado pela Faculdade de Economia e Administração - USP, tem mestrado, doutorado e livre-docência pela Unicamp. Membro do Centro de Estudos do Desenvolvimento Econômico do Instituto de Economia (IE). Lançou no final de maio o livro Crônica de uma Crise Anunciada - Crítica à economia política de Lula e Dilma, pela SG-Amarante Editoria.

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