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Roda de conversa debate a contrarreforma da Previdência e os prejuízos às mulheres



 Um esclarecedor bate-papo sobre os prejuízos da contrarreforma da Previdência e o impacto maior às mulheres, com a participação de professoras, estudantes e terceirizadas do Campus I da Uneb. Muita indignação e compromisso de luta contra as maldades do ilegítimo governo de Michel Temer (PMDB). Essas foram as tônicas da roda de conversa feminista, que aconteceu nesta manhã de segunda-feira (13), em Salvador, e contou com a participação da presidente do ANDES-SN, Eblin Farage. A atividade, organizada conjuntamente pela ADUNEB, DCE e Sintest Uneb, foi precedida por um delicioso café da manhã à comunidade acadêmica. 

Após a saudação inicial das organizadoras, a professora Eblin Farage iniciou sua fala destacando que o ataque do governo federal à Previdência, embora tenha sido intensificado no governo Temer, vem ocorrendo desde o presidente Fernando Henrique Cardoso. Segundo Eblin, a Constituição de 1988 garantiu a Seguridade Social aos brasileiros/as. Porém, desde então, um conjunto de medidas impostas aos trabalhadores praticam a retirada de direitos sociais e trabalhistas. Entre os vários exemplos citados pela presidente do ANDES-SN, estão a criação do Fator Previdenciário (FHC), a diferenciação de direitos entre ativos e aposentados (Lula) e a criação da previdência complementar privada, imposta aos servidores públicos (Dilma). 
 
Eblin Farage destacou vários pontos da contrarreforma da Previdência que causarão grande impacto na vida das mulheres trabalhadoras. Uma das questões citadas foi a obrigatoriedade de ter 49 anos de contribuição ao INSS para conseguir a aposentadoria integral. Para a docente, a sociedade machista e a jornada dupla ou até tripla das mulheres, em que são obrigadas em vários momentos da vida a sair do trabalho para, por exemplo, cuidar dos filhos, faz com que a aposentadoria seja algo quase impossível.
 
Também convidada a participar da roda de conversa, a 1ª vice-presidente da Regional Sul do ANDES-SN, Adriana Dalagassa, continuou a explicar o conjunto de medidas da contrarreforma que impactará diretamente às mulheres. Segundo Adriana, empregadas domésticas, servidoras que atuam em limpeza geral e outras trabalhadoras braçais estarão entre as mais atingidas. As atividades desenvolvidas por essas mulheres acarretam problemas físicos, a exemplo de dores na coluna. Com a contrarreforma a perícia para atestar o problema físico (afastamento temporário ou invalidez) terá a participação do empregador e não mais apenas o INSS. A proposta coloca em dúvida a credibilidade da perícia, visto que o patrão defenderá seus interesses perante a empregada.
 
Adriana Dalagassa - mulheres trabalhadoras braçais serão as mais atingidas
 
Ainda de acordo com a professora Adriana, outro item que, se aprovado, impactará intensamente o sexo feminino é o fato das mulheres, com direito aos benefícios de aposentadoria e pensão, terem que escolher entre uma das duas possibilidades. A pensão por morte do cônjuge não é um presente, mas um merecimento devido a uma vida inteira de trabalho e contribuição. O corte do acúmulo de benefícios destruirá famílias, sobretudo, crianças e mulheres que, por exemplo, ficaram órfãos ou viúvas e continuam a necessitar de recursos para sobreviver com um mínimo de dignidade.
 
Tanto Eblin Farage quanto Adriana Dalagassa encerraram suas falas conclamando as mulheres à luta. A união e o enfrentamento são as únicas maneiras de barrar os ataques do governo Temer. Solicitaram que cada mulher presente na atividade se torne uma multiplicadora das informações sobre os prejuízos da contrarreforma da Previdência. Em casa, nas reuniões de bairro, nas refeições com a família, no trabalho; todas/os precisam ser alertados sobre o problema. As professoras ainda chamaram todas para que, na próxima quarta-feira (15), cruzem os braços no trabalho, ocupem as ruas e participem dos protestos do Dia Nacional de Paralisações contra a reforma da Previdência. Em Salvador, às 7h, acontece um ato público na praça em frente ao Iguatemi. Já às 15h, uma passeata partirá do Campo Grande. Todas em defesa dos direitos trabalhistas e pelo Fora Temer! 
 
Mais informações sobre a contrarreforma da Previdência acesse aqui a reportagem especial produzida pela ADUNEB.