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Primavera de ocupações e mobilizações avança nas universidades e escolas pelo país



“Ocupa, ocupa, ocupa e resiste!” foi com essa palavra de ordem que mais de 1.200 estudantes da UNB (Universidade de Brasília) aprovaram, na segunda-feira (31), em uma assembleia histórica, ocupação da reitoria da universidade. A onda de ocupações e mobilizações já é uma realidade em muitas escolas e universidades do país. O movimento nacional, em geral, tem como pauta central a não aprovação da Proposta de Ementa Constitucional (PEC) 241 (atual PEC 55 do Senado), a Contrarreforma do Ensino Médio e o Movimento Escola Com Mordaça. Todos os projetos fazem parte da agenda reacionária do ilegítimo Governo de Michel Temer (PMDB) e atacam frontalmente a educação pública, gratuita, laica e de qualidade. 

A todo o momento a lista de ocupações é atualizada com mais uma instituição de ensino, que decide ocupar e resistir. Nos últimos dias o movimento intensificou com deliberações de ocupações em diversas instituições de ensino, a exemplo das universidades federais do Rio de Janeiro, do Rio Grande do Sul e da Rural de Pernambuco, que aprovou greve estudantil. Segundo informações do ANDES-SN e dos Jornalistas Livres, 60 universidades públicas federais e estaduais já estão ocupadas, além de mais de 1100 escolas e institutos federais. A diretoria da ADUNEB ressalta também as importantes ocupações feitas pelos movimentos estudantis das Universidades Estaduais Baianas. Até a noite de 1º de novembro, apenas na Uneb, 16 dos 24 campi já estavam ocupados, inclusive a reitoria, em Salvador. As duas mais recentes ocupações foram em Eunápolis e Bom Jesus da Lapa. A informação é do Movimento Unep Ocupada. 
 
A força das mobilizações tem sido confrontada por ações reacionárias e violentas tanto das instituições do Estado burguês, como a Polícia Militar e frações do Judiciário, quanto de organizações de direita, como o Movimento Brasil Livre (MBL). Apesar dos obstáculos, nada intimida o movimento dos ocupas, que se fortalece e cresce em todo o Brasil. No Paraná, o pólo que impulsionou esse processo nacionalmente, mais de 800 escolas seguem ocupadas. E na última semana o discurso da estudante secundarista, Ana Júlia, aos deputados da Assembleia Legislativa do Paraná, ganhou dimensão nacional, sendo capaz de reavivar a esperança de muitos. Assista aqui o vídeo
 
Para a diretoria da ADUNEB, a juventude tem dado um exemplo de luta para todas as gerações. É preciso que os trabalhadores e demais setores da sociedade se incorporem as mobilizações contra a PEC 241 (55) e o governo Temer. O sindicato dos professores da Uneb não só apoia as ocupações, como também convoca toda a categoria docente a se sensibilizar e apoiar o movimento.  
 
Neste momento de retrocessos é necessário avançar na unidade entre as categorias e toda a sociedade. Nesta próxima terça-feira (08) acontecerá na Uneb uma Assembleia Geral Unifica (A.G.U.), às 14h, em frente à biblioteca, no Campus de Salvador, com a pauta da Greve Geral. Será um dia histórico para a Uneb. A presença de toda comunidade acadêmica é fundamental.