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Governo Rui Costa faz Estaduais Baianas caírem no ranking das universidades



 Neste ano as quatro Universidades Estaduais Baianas (Ueba) caíram no tradicional Ranking Universitário da Folha de S.Paulo, em relação ao ano passado. A nova classificação foi divulgada na segunda-feira (19). No levantamento, a Uneb aparece em 93º lugar, 12 posições atrás do ano anterior, o qual ocupava a colocação 81ª. Já a Uefs desceu de 60ª para 64º, a Uesc foi de 63ª para 65ª e a Uesb caiu de 79ª para 104ª.

O estudo avalia universidades a partir de cinco indicadores: qualidade do ensino, a partir do número de mestres e doutores, professores em dedicação total e parcial, e desempenho do aluno; pesquisa científica, excelência da pesquisa pela instituição; mercado de trabalho; inovação, a partir dos pedidos de patentes das universidades; e internacionalização, considerando citações internacionais recebidas pelos trabalhos acadêmicos e coautoria internacional de artigos publicados entre 2012 e 2013.

De acordo com a diretoria da ADUNEB, a principal explicação para a queda das Ueba no ranking nacional é a falta de orçamento suficiente para suprir as demandas de ensino, pesquisa e extensão. Desde 2013, o governo estadual cortou R$ 73 milhões em custeio e investimento das estaduais baianas. A condição atual é de precarização das condições de trabalho e sucateamento do ensino público. A falta de recursos tem implicação sobre atividades de laboratório, de pesquisa, material didático, atividades de campo, contratação de professores, nas bolsas de permanência, pagamento de terceirizados. Ainda segundo os professores do sindicato, a resolução da crise passa pela elevação do percentual de Receita Líquida de Impostos (RLI) aplicado às Ueba. Atualmente, a taxa empregada é de 5%, enquanto o Fórum das ADs reivindica 7%. 

O reitor da Uefs, Evandro Nascimento, concorda com a crítica da ADUNEB sobre o orçamento insuficiente. Para o gestor, em entrevista ao site Bahia Notícias (leia aqui), no último dia 20.09, em 2014 foram destinados R$ 50,5 milhões para as atividades de ensino, pesquisa e extensão, o valor representa uma diminuição de R$ 4,5 milhões em relação a 2013, período em o orçamento para o mesmo fim foi de R$ 55 milhões. “Estamos sem condições de ampliar biblioteca e estamos comprando menos livros. Estamos sem condições de manter, com qualidade, os laboratórios didáticos, as viagens de campo. Não está havendo concurso e temos um número considerável de professores temporários, ao invés de concursados e qualificados. Isso nos preocupa porque, a médio prazo, se essa situação não se reverter, a situação das universidades estaduais nesse ranking pode piorar”, desabafou o reitor Evandro.

Silêncio de Bites

A mesma reportagem do site Bahia Notícias informa que “Procurada, a assessoria de comunicação da Uneb não respondeu ao pedido de entrevista com representante da instituição”. Diante da grave crise orçamentária das Ueba, o silêncio do reitor José Bites e seus pró-reitores causa estranheza à diretoria da ADUNEB. A universidade sucateada, com vários campi sem condições dignas de trabalho, a exemplo do Campus de Juazeiro, que paralisou as atividades em protesto no último dia 05.09 (veja aqui a matéria publicada pela ADUNEB), e o que se tem em resposta é o silêncio da administração central. Até a publicação desta matéria, o site oficial da Uneb ainda não havia nenhuma manifestação da reitoria sobre a queda da universidade de ranking da Folha e a correlação desse fato com o problema orçamentária das Ueba.