Notícias

Marcha pela educação pública leva 3 mil às ruas de Brasília



 A Esplanada dos Ministérios foi ocupada por mais de 3 mil manifestantes, em Brasília, nesta quinta-feira (16). A “Marcha pela Educação Pública” levou às ruas da capital federal militantes da educação de todos os cantos do país. A atividade marcou a abertura do II Encontro Nacional de Educação (ENE), que acontece até sábado (18). O protesto mostrou a força e a disposição de luta dos movimentos sindicais, estudantis, sociais, populares, e outras organizações políticas em defesa da educação pública e gratuita. A caravana baiana, composta por quatro ônibus, contou com a participação de representantes da ADUNEB, Fórum das ADs, Ufba, ANDES-SN Regional Nordeste III, CSP-Conlutas BA, entre outras. A marcha ainda fez parte do Dia Nacional de Luta em defesa da Educação Pública, gratuita, socialmente referenciada, classista e democrática. O ENE é organizado pelo Comitê Nacional "em Defesa 10% do PIB para a Educação Pública, já!”.

Para a diretoria da ADUNEB, o ENE cumpre o papel fundamental de conseguir congregar pessoas preocupadas com a forma e o que será discutido sobre o futuro da educação do Brasil. Representa também um espaço de debate, de elaboração, de reflexão, de unidade para a ação, de fortalecimento dos sujeitos coletivos e de combate a todas as tentativas de retiradas de direitos dos trabalhadores. De acordo com os professores do sindicato, estar em espaços como o ENE é fundamental, pois cabem aos movimentos sociais, sindicatos, de todas as organizações da sociedade civil fortalecerem suas bases com informações para a reflexão e ação. 
 
Durante a marcha, nesta quinta-feira, nas palavras de ordem, faixas, camisas, panfletos e discursos das representações foi constante a indignação do descaso com a educação pública por parte dos governos estaduais e federal. Além das questões relacionadas à educação, os manifestantes também protestaram contra os ajustes fiscais e reformas que tem efetivado duros ataques aos direitos trabalhistas historicamente conquistados pela classe trabalhadora. A disposição do conjunto das organizações é pela construção da unidade de luta e da Greve Geral.
 
Não ao PL 257/16
 
Uma das principais reivindicações das centenas de servidores públicos estaduais e federais presentes na marcha foi a retirada do Projeto de Lei (PL) 257/16 da pauta de discussões do Congresso Nacional. O PL 257/16 faz parte do pacote de ajuste fiscal iniciado pelo governo federal, no final de 2014. As medidas, que buscam manter o pagamento de juros e amortizações da dívida ao sistema financeiro e aumentar a arrecadação da União, atingem diretamente o serviço público e programas sociais.
 
A suspensão dos concursos públicos, congelamento de salários, não pagamento de progressões e outras vantagens (como gratificações), destruição da previdência social e revisão dos Regimes Jurídicos dos Servidores estão entre as medidas que constam do PL 257.
 
Fora Temer
 
Pelas ruas de Brasília os milhares de manifestantes também exigiam o Fora Temer. Por meio de faixas e falas, a multidão expressou o descontentamento com a política reacionário do presidente interino do país, Michel Temer. Leia aqui o posicionamento da ADUNEB sobre o governo Michel Temer. 
 
Solicitação de audiência

Como símbolo da expressão da indignação de todos os setores da educação pública, da básica ao terceiro grau, os representantes das entidades presentes no ato, no encerramento da marcha em frente ao Ministério da Educação (MEC), entregaram uma carta de reivindicações e solicitaram uma audiência com o ministro interino Mendonça Filho. Os representantes do Comitê conversaram, na frente do MEC, com o subsecretário de assuntos administrativos do Ministério, Leonel Cunha, e pela assessora especial do Ministro Moreira Filho, Nadia Ferreira. Ao todo o documento foi assinado por 15 entidades.
 
Programação
 
A partir desta sexta-feira (16) o ENE inicia as discussões e grupos de trabalho. Pela manhã a mesa de abertura aborda o tema: Por um projeto classista e democrático de educação, contra o ajuste fiscal e a dívida pública. Já durante a tarde e noite acontecem os grupos de trabalho sobre os eixos de discussão: gestão; financiamento; avaliação; trabalho e formação dos trabalhadores da educação; acesso à permanência; gênero; sexualidade; orientação sexual e questões étnico-raciais.
 
Com informações ANDES-SN