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Comunidade do DCV-I faz forte protesto na Saeb



 Na manhã desta quarta-feira (24) mais de 200 professores e estudantes dos cursos de saúde, da Uneb do Campus I, realizaram protesto na Secretaria da Administração Estadual (Saeb), em Salvador. Com cartazes, faixas de protesto, carro de som, palavras de ordem e muita indignação, os manifestantes se concentraram na rampa de acesso ao prédio. A pauta de reivindicações, entre outros pontos, exige a reimplantação do adicional de insalubridade cortada dos docentes em novembro (leia mais), infraestrutura adequada aos cursos e política eficaz de permanência estudantil.  

A pressão do protesto obrigou o governo Rui Costa a receber uma comissão de manifestantes que, após expor toda a pauta de reivindicações e criticar duramente o descaso governista, exigiu encaminhamentos para a solução dos problemas. 

Depois de ouvir os manifestantes, Paulo Pinto, assessor do secretário da Saeb, Edelvino Goés, se comprometeu em tentar agendar uma reunião para que o assunto seja tratado diretamente entre a comissão de mobilização e o secretário Goés. No mais, o assessor trouxe à mesa apenas as desculpas do governo petista e seu evidente despreparo sobre os temas discutidos. Citou como obstáculos para a melhoria da infraestrutura da Uneb o limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal, a burocratização do Estado e, no caso da insalubridade, a demora da reimplantação seria devido ao déficit no quadro pessoal da Saeb que deveria analisar os processos.

Novamente contundentes na crítica, os professores da Uneb exigiram rapidez na análise feita pela Junta Médica e clareza na análise dos processos, tanto para os que serão aprovados quanto os reprovados. Segundo o assessor, Paulo Pinto, nas próximas duas semanas os primeiros processos analisados serão encaminhados à Uneb. Reafirmou ainda um compromisso feito pelo superintendente de Recursos Humanos da Saeb, Adriano Tambone, em 23.02, de que no dia 02 de março será encaminhado à Uneb um cronograma. No documento constarão os processos que estarão corretos, com resultados positivos, assim como os negados e que precisarão ser orientados sobre os problemas.
 
Pressão e críticas ao governo Rui Costa

Autoritarismo - Ainda na questão da insalubridade, uma das inúmeras críticas feitas pelos docentes é a maneira autoritária com que o caso tem sido tratado pelo governador Rui Costa. Além do corte ter sido feito sem aviso prévio aos centenas de docentes das Universidades Estaduais da Bahia, os professores questionam quais os critérios utilizados e a base legal desses cortes. De acordo com relatos dos docentes, existem professores que atuam nas mesmas funções, nos mesmos locais de trabalho, e uns foram cortados e outros não. Existem ainda listas em departamentos em que os cortes atingiram apenas os nomes com as letras iniciais de A a M. Como explicar tais critérios? Sobre a base legal para a ação executada, os docentes comentam que para a implantação do adicional de insalubridade é necessário passar por uma criteriosa análise da Junta Médica do Estado. Mas, para retirar basta uma ordem do governador? 

Pauta estudantil - Durante a manifestação o Movimento Estudantil (ME) demonstrou força e que não dará nenhum passo atrás em suas reivindicações. A luta do ME é por condições dignas que possibilitem a formação acadêmica com qualidade e o atendimento à comunidade necessitada. A pauta estudantil é por infraestrutura adequada nas clínicas escola, equipamentos em laboratórios, contratação de professores, campo de prática para estágios, condições mínimas de permanência estudantil, e que o elevador do DCV seja colocado em funcionamento para auxiliar a locomoção de pacientes.
 
Estudantes reivindicam ensino público superior de qualidade

Fortes na luta – Antes de encerrar a reunião, estudantes e professores reafirmaram ao representante do governo a disposição para intensificar as reivindicações. Segundo os manifestantes, as paralisações e protestos estão apenas começando. Só irão parar a partir da ampla resolução dos problemas. 

Próximos passos – Nesta sexta-feira, às 9h, acontece no Campus-I, uma assembleia dos docentes do DCV, para planejar a sequência das ações de mobilização. Em assembleia anterior a categoria já havia deliberado que nesta sexta-feira (26), na terça-feira (01) e quinta-feira (03) acontecerão novas paralisações gerais dos cursos. Todas as atividades práticas que envolvem situações insalubres também estão suspensas por tempo indeterminado.