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ADUNEB participa da jornada de reivindicações contra a Copa



 Professores da ADUNEB e do ANDES – SN foram violentamente reprimidos pela Polícia Militar paulista em 12 de junho, data do início da Copa do Mundo e das manifestações contra o evento. No ato “Na Copa vai ter Luta”, realizado na capital paulista, a intenção dos docentes, aliado aos trabalhadores em geral, estudantes, movimentos sindicais e sociais era denunciar pacificamente os excessivos gastos públicos com a Copa do Mundo, a falta de investimento público em educação, saúde, moradia, transporte, mobilidade urbana, entre outras pautas. Mas a atividade sofreu forte repressão militar, que tentou impedir o direito à livre manifestação pacífica de trabalhadores. O ato foi organizado pelo Espaço Unidade de Ação, composto pelo ANDES-SN, CSP-Conlutas e várias outras entidades dos movimentos sindical, popular e social. 

ADUNEB presente no momento de avanço na luta de classes

A repressão militar começou ainda na concentração do ato, que era realizado em frente ao Sindicato dos Metroviários, no Tatuapé. As primeiras notícias informavam que vários ônibus de trabalhadores que se dirigiam ao local eram interceptados e apreendidos pela PM, antes mesmo de chegarem à concentração. Por volta das 10h, horário marcado para o início da mobilização, dezenas de policiais da Tropa de Choque cercaram as ruas de acesso à sede dos Metroviários. A tentativa da PM era sitiar os manifestantes dentro do sindicato.
 
Tropa de Choque fecha as ruas e inicia o cerceamento à liberdade de expressão
 
Os líderes do movimento ainda tentaram negociar com a PM e argumentar que a atividade era pacífica. Sem acordo quanto ao grupo de aproximadamente 2 mil pessoas sair em passeata, decidiu-se realizar o ato em frente ao sindicato, visto que vários veículos de imprensa acompanhavam os acontecimentos. “É lamentável a atitude da PM. Estamos em verdadeiro estado de sítio, queremos nos manifestar e não o confronto. Mas a própria PM está iniciando o enfrentamento, na medida em que impede nossa livre manifestação”, afirmou Marinalva Oliveira, presidente do ANDES-SN.
 
A chegada de novos manifestantes, que já haviam sofrido intensa repressão militar em outro ato na mesma região, foi o argumento que a PM precisava para iniciar a violência contra os trabalhadores e estudantes. O que se presenciou, a partir deste momento, foi o uso extremado do braço forte do Estado contra manifestantes, que já estavam cercados e encurralados em apenas 100 mt de rua. Para atacar a população e, sobretudo, a democracia brasileira a PM utilizou Tropa de Choque, bombas de gás lacrimogênio, tiros de bala de borracha e até cavalaria. Dois helicópteros da polícia monitoravam a ação.
 
Manifestação pacífica - lideranças do movimento tentam negociar com a PM
 
Mesmo diante da violência, que foi denunciada pela Defensoria Pública do Estado de São Paulo presente no local, os manifestantes realmente comprometidos com a pauta de reivindicações voltaram ao interior do sindicato. No local, o ato teve continuidade resistindo à repressão e ao cerceamento da livre manifestação política.
 
Ainda não satisfeito com tamanha truculência o comando da PM deu ordem para o encerramento da mobilização, caso contrário, as tropas fariam o esvaziamento forçado do sindicato. Para evitar ainda mais feridos e violência, de maneira responsável, os líderes do movimento decidiram por encerrar o ato, visto que a imprensa brasileira e mundial já faziam a denúncia dos excessos policiais.
 
Início da repressão militar que deixou vários feridos
 
Mesmo com o final da manifestação a violência não cessou. Bombas de gás continuaram a ser jogadas, agora em direção aos grupos que se deslocavam à estação mais próxima do metrô. O balanço do primeiro dia de Copa, em São Paulo, teve vários ativistas feridos e detidos, e pelo menos seis jornalistas também tiveram ferimentos no exercício da profissão. 
 
Ferimento à bala de borracha - manifestante em enfermaria improvisada
 
Para a diretoria da ADUNEB, a violência do Estado brasileiro contra o trabalhador, as atitudes antidemocráticas e a repressão militar, infelizmente, remetem o país o um passado recente, em que partidos e organizações de esquerda tiveram vários de seus militantes mortos e desaparecidos na luta contra a ditadura, contra a falta de liberdade de expressão. A ação dos governos federal e estaduais que utilizam a violência para calar o povo evidencia o distanciamento dos governos da classe trabalhadora. O momento é de avanço da luta de classes. A cada dia as manifestações ganham mais força e apoio popular da construção de novas políticas que realmente defendam os interesses dos trabalhadores. Quanto maior a bomba jogada, maior será a força do povo contra o estado burguês.
 
Copa em Salvador também tem luta 
 
Com a presença de professores das Universidades Estaduais da Bahia, em Salvador, a Copa também tem luta. Organizado pela CSP-Conlutas Bahia e outras entidades, nos dias 12 e 13, dezenas de manifestantes não se intimidaram com o forte aparato repressivo da Polícia Militar e saíram em passeata a partir da praça do Campo Grande.
 
Segundo coordenadores da CSP-Conlutas BA, a próxima atividade da jornada de protestos “Na Copa vai ter Luta”, acontecerá dia 20, com concentração na praça Cairú (em frente ao Mercado Modelo), a partir das 10h da manhã. A ADUNEB conclama toda a comunidade acadêmica a somar forças nessa atividade, que faz a denúncia dos gastos excessivos com a Copa do Mundo e os problemas devido à falta de investimento em educação, saúde, moradia, transporte público e mobilidade urbana. Para a diretoria do sindicato, o momento é de união, de construção do movimento junto a outras entidades da classe trabalhadora. É necessário continuar a unidade de ação e avançar na construção da luta da classe trabalhadora.