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Reajuste linear - Governo golpeia os servidores na calada da noite e vota rebaixada proposta



 “Que governo é esse? Que governo ordinário! Não paga a URV e divide o meu salário!”. Foi entoando esse verso que centenas de servidores públicos, entre eles os professores da ADUNEB, ocuparam a frente da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), no dia 2 de abril, para protestar contra o autoritarismo do governo Jaques Wagner, que golpeou os servidores públicos e aprovou, já na madrugada, o reajuste linear da categoria. No mesmo dia, horas antes, segundo representantes sindicais, o líder do governo petista na ALBA, José Neto, havia garantido que o Projeto de Lei (PL) não seria encaminhado à votação sem um prévio acordo com os sindicatos.

A mobilização começou com um tensionamento que, mais uma vez, demonstrou o distanciamento entre o governo e a classe trabalhadora. De maneira antidemocrática, os policiais que faziam a segurança da ALBA tentaram impedir que o carro de som dos trabalhadores entrasse no estacionamento do prédio. Uma clara demonstração de autoritarismo, que foi derrotada pela coragem dos trabalhadores que, de braços unidos, rodearam o veículo e romperam a barreira policial.
 
Servidores lutam pelo direito da categoria
 
No local, foi realizada uma Assembleia Geral dos Servidores Públicos. No discurso da maioria dos representantes a mesma mensagem: a revolta com a traição do governo e o desejo de intensificar a luta com uma possível greve geral.
 
O PL aprovado na imoral votação da madrugada impôs aos servidores um reajuste de apenas 2% em abril, com retroatividade a janeiro deste ano; com outros parcos 3,84% em julho. O governo repetiu a mesma manobra espúria realizada no ano passado, em que também roubou os trabalhadores ao dividir o pagamento em duas parcelas, confiscando assim parte do reajuste linear. Essa correção inflacionária é um direito do trabalhar e, se liquidado os 5,84% em uma única parcela, retroativo a janeiro, garantiria apenas a reposição da inflação do ano anterior. Da maneira aprovada, nem ao menos a inflação será reposta integralmente. Um desrespeito à categoria e um ataque ao bolso do trabalhador.
 
A Assembleia Geral deliberou pela tentativa de construção de uma greve geral dos servidores. Uma nova paralisação, com Assembleia Geral, foi marcada para o dia 16 deste mês, com indicativo de greve, às 9h, no ginásio de esportes do Sindicato dos Bancários, localizado na Ladeira dos Aflitos, em Salvador. 
 
Professores da ADUNEB e das demais ADs, das Ueba, durante a AG