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ADUNEB alerta sobre falta de isonomia em colegiados



 Alguns colegiados da Uneb vêm tomando atitudes no mínimo inusitadas, como a exigência do título de mestrado ou doutorado para docentes que pleiteiam transferência do interior para a capital. O surpreendente é que essa atitude acontece apenas no Campus I, como se Salvador fosse diferenciada dos outros Campi da Uneb, como se os professores do interior pertencessem a uma universidade de segunda linha.  O fato tem ocorrido nos bastidores da universidade e sem qualquer debate com a comunidade acadêmica. O desrespeito e discriminação com os professores e estudantes do interior são realizados sem nenhuma norma que fundamente a exigência e denota atitude autoritária e antidemocrática. Esse é mais um caso de denúncia feita à ADUNEB por docentes da Universidade do Estado da Bahia. 

 A Medida Provisória 614, que normatiza a exigência do título de doutorado nos concursos para professores nas universidades federais, embora pareça ser o desejo de alguns colegiados da Uneb, não pode ser utilizado como fundamento para definir critérios de seleção de professores das universidades estaduais. Esse critério, futuramente, até poderá ser utilizado para a entrada de novos professores concursados na Uneb. No entanto, não se pode perder de vista que nessa instituição de ensino existem cerca de 500 docentes auxiliares.
 
Tendo por base a isonomia, a ADUNEB questiona: Por que a diferenciação entre os colegiados do interior e da capital na formação de seus quadros? O que explica a adoção desse critério e a discriminação com professores especialistas e auxiliares no exercício da carreira docente? Quais os efeitos do que vem sendo imposto sobre os servidores já efetivos? 
 
A Associação ressalta a necessidade da luta pela isonomia nos Campi da Uneb. A multicampia é uma das características marcantes da Universidade do Estado da Bahia, que graças à atuação do conjunto dos professores, proporciona a universalização do ensino superior, formação profissional e inclusão a cerca de 30 mil estudantes, em 24 municípios do estado, promovendo a redução das desigualdades sociais e regionais.
 
A ADUNEB, embora reconheça a autonomia dos colegiados, está preocupada, quer entender e irá cobrar o porquê da utilização de critérios diferenciados, em determinados colegiados, para a questão da transferência docente. Tais ações podem abrir precedentes jurídicos que gerem a alteração no perfil democrático na Uneb. A Associação solicita atenção dos professores para o tema, que devido a sua importância requer ampla discussão, com o envolvimento de toda a comunidade acadêmica. Urge a necessidade de discutir, inclusive, quais as competências que cabem aos coordenadores dos colegiados.