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Conlutas denuncia golpe militar em Honduras e exige punição e prisão aos golpistas e apoiadores

Internacional Haiti e Honduras foram os principais assuntos do debate internacional na reunião da Coordenação Nacional da Conlutas. Além disso, discutiu-se sobre a importância das ações internacionalistas, como a luta mundial dos trabalhadores na área de mineração e o apoio às lutas que estão ocorrendo como a rebelião popular e camponesa no Peru.

Haiti - A campanha do Haiti deve continuar em todos os estados para fortalecer as ações realizadas durante a vida da missão haitiana. Uma cartilha será publicada na primeira quinzena de agosto e, além disso, será realizada uma campanha de aprovação de uma moção sobre o Haiti em assembléias e congressos dos trabalhadores exigindo ao governo Lula a retirada das tropas.

O MV Bill e o governo Lula receberão uma moção de repúdio pelo vídeo que vem sendo divulgado do rapper em apoio às tropas haitianas, claramente promovido pelo governo.

Honduras - A reunião aprovou ainda a campanha de denúncia do golpe militar em Honduras com atos e visitas aos consulados hondurenhos no Brasil, exigindo abaixo o golpe e a volta imediata do governo Zelaya, o restabelecimento das liberdades democráticas e a punição e prisão para todos os golpistas, além do apoio às lutas dos trabalhadores e do povo hondurenho.

A reunião aprovou também preparar atividades unitárias contra o golpe nos próximos dias 30 e 31 em todos os estados, articulando-as junto com outras centrais, partidos e organizações a realização de um ato unificado, com caráter nacional de repúdio ao golpe; orienta todos os sindicatos e movimentos que coloquem em seus materiais, imprensa e sites nos próximos dias, com destaque, a campanha pela derrubada do governo golpista de Honduras. Além disso, vai buscar organizar uma delegação que possa levar a solidariedade dos trabalhadores e organizações brasileiras ao povo hondurenho.

As bandeiras internacionais também farão parte das manifestações do dia 14.

Leia abaixo a resolução sobre o Honduras:

Derrotar na luta e nas ruas o golpe militar em Honduras

O golpe efetuado pela maioria da burguesia hondurenha, com respaldo de várias instituições e executado pelo Exército não deixa dúvidas com seus toques de recolher, prisões, assassinatos e ataques às liberdades democráticas sobre seu caráter fascistóide e antipopular.

Com a crise econômica imperialista e seus efeitos, particularmente na América

Central onde a aplicação dos TLCs e das reformas neoliberais trouxeram efeitos devastadores para os povos e trabalhadores, setores da burguesia se movimentam em disputas para garantir seus negócios.

O golpe desferido pelas classes dominantes e pelo exército hondurenho, umbilicalmente ligados ao imperialismo norte americano é um ataque contra os trabalhadores e os povo, não só de Honduras mas de todo o continente. Neste momento, em que o governo Obama, aprova resoluções condenando o golpe, abrindo contradições importantes para a derrota dos golpistas, não podemos nos deixar confundir.

A vinculação histórica dos setores golpistas com o imperialismo e suas tentativas junto com a OEA de negociação com o Plano Árias, que busca uma saída acordada entre os setores das classes dominantes, preservando os golpistas e rejeitando a Assembléia Nacional Constituinte demonstra que a condenação do golpe pelos Estados Unidos e os organismos internacionais procuram preservar o essencial para todos eles : a construção de uma saída para a crise em negociações interburguesas que preservem sua política econômica e seus interesses de classe buscando tirar o papel protagonista das mobilizações e da luta do povo hondurenho.

A Conlutas conclama a todos os setores e organizações dos trabalhadores latino americanos e internacionais, a construirmos mobilizações e manifestações em todos os países em apoio à Greve Geral e a heróica resistência que vem sendo travada nas ruas e no campo de Honduras para derrotar o golpe militar.

Mesmo tendo clareza que o governo Zelaya não é um governo de nossa classe ante o golpe fascista, acompanhamos os trabalhadores e o povo de Honduras que lutam contra o golpe e pela recondução do governo eleito de Zelaya, o fim da repressão, o restabelecimento das liberdades democráticas e a prisão e punição de todos os responsáveis pelo golpe são condições para que o povo hondurenho possa resgatar seu pleno direito de decidir seus destinos de maneira democrática e soberana.

Chamamos a todos os setores democráticos a romperem com negociações com aqueles que articularam o golpe. Qualquer saída que preserve intactos os golpistas significa permitir que continuem se preparando para logo mais atacar novamente com seus métodos fascistas os trabalhadores e o povo hondurenho.

Apoiar política e materialmente a luta e resistência do povo hondurenho e construir mobilizações internacionais que exijam dos governos de cada país o boicote econômico e político ao governo golpista até a sua queda é o desafio colocado a todas as organizações dos trabalhadores, populares e democráticas.

- Abaixo o Golpe Militar em Honduras!

- Retorno imediato do Governo Zelaya!

- Restabelecimento pleno das Liberdades democráticas!

- Punição e prisão a todos os responsáveis pelo golpe!

- Nenhum apoio ao Plano Árias e sua negociação com os golpistas!

- Todo apoio à luta dos trabalhadores e do povo Hondurenho!

Coordenação Nacional - Conlutas