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Conlutas resgata história de luta dos homossexuais no Dia do Orgulho Gay




O GT GLBT da Conlutas realizou neste domingo, dia 28 de junho, um debate na Apeoesp-SP que reuniu cerca de 70 pessoas. Para debater o tema “40 anos de Stonewall” estiveram presentes Wilson H. Silva, do GT GLBT da Conlutas, ativista dos movimentos homossexual e negro e membro da secretaria GLBT do PSTU, e Mara Inajá, representante do grupo de mulheres Pão e Rosas.

Em 28 de junho de 1969, homossexuais e travestis que freqüentavam um bar chamado Stonewall Inn, em Nova Iorque, cansados da repressão que sofriam nas constantes batidas policiais, partiram para o confronto com a polícia e tomaram as ruas por quatro dias, aramando barricadas e resistindo à violência do Estado. No ano seginte, mais de 10 mil homossexuais marcharam em Nova Iorque comemorando o I aniversário da rebelião de Stonewall e exigindo seus direitos. A partir de então, o dia 28 de junho passou a ser o dia do Orgulho Gay e o exemplo foi seguido em diversos lugares do mundo. Nesse dia os homossexuais afirmam sua história de resistência e combate à homofobia. Nasceu assim, o movimento homossexual atual, que impôs mudanças na sociedade e derrubou muitas leis homofóbicas e conquistões direitos civis ao redor do mundo.

Infelizmente, o processo de mercantilização das Paradas, e sua transformação em um carnaval fora de época, junto aos patrocinadores e governos que promovem a homofobia duranto o ano todo, deixou de lado o caráter combativo de Stonewall.

Em São Paulo, esse processo é tão aprofundado que a maior Parada do mundo foi praticamente privatizada através da Associação da Parada, uma ONG que se apropriou da manifestação pública e que atua como uma promotora de eventos. No ano passado, traindo a origem do movimento, a Associação da Parada se utilizou da violência policial para impedir que um carro de ativistas participassem da Parada de maneira injustificada. Isso deixou claro que a Parada não cumpre mais o papel de organizar os homossexuais e fortalecer sua luta.

Um segundo tema importante discutido durante o ato foi a necessidade imediata de uma luta ampla que responda aos recentes atentados homofóbicos ocorridos em São Paulo no dia da última Parada, que chegou a causar a morte de Marcelo Campos. Os participantes do ato mostraram disposição em avançar na organização exigindo a identificação e punição dos agressores, o combate aos grupos neofascistas, e a responsabilização do Estado que além de não assegurar a segurança da população ainda promove a homofobia.

Além destas questões, foram bastante discutidos pelos participantes do ato, a homofobia cotidiana, a necessidade de buscar saídas coletivas contra opressão e das alianças junto as organizações da classe trabalhadora.

Wilson encerrou afirmando que é necessário reeguer Stonewall (que significa parede de pedras) e derrubar os muros da homofobia, retomando a lição da rebelião que aconteceu há 40 anos atrás, avançando em nossa organização em aliança com os oprimidos e explorados, das universidades, dos movimentos populares e sociais num movimento classista, independente das empresas e dos governos e que o fortalecimento do GT GLBT da Conlutas é fundamental para isso.