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CSP-Conlutas: Reorganização do movimento brasileiro é tema importante da reunião nacional

No sábado à tarde (16) foi o debate sobre reorganização que tomou conta do plenário da reunião da Coordenação Nacional. A presidente do Andes-SN e representante da Executiva da CSP-Conlutas Marina Barbosa apresentou a resolução que foi aprovada anteriormente pela Secretaria Executiva, mas que ainda irá à votação pelos membros da coordenação.

Marina abordou as perspectivas de intensificação da luta de classe em 2011 no Brasil, a partir da análise da situação internacional e nacional feita no dia anterior, como também devido à disputa presidencial já ter revelado a ampla hegemonia dos projetos neoliberais nas duas candidaturas que disputam o segundo turno, que já indicaram a disposição de continuar atacando os direitos da classe trabalhadora. “Entre eles, uma nova reforma da previdência, para aumentar a idade mínima e o tempo de contribuição pque o trabalhador precisará para se aposentar.
Diante dessa realidade, a dirigente defendeu que ganha destaque a necessidade da mais ampla unidade de ação dos movimentos sindicais e populares na defesa dos direitos da classe trabalhadora e a recomposição dos setores classistas e combativos numa mesma central sindical e popular de luta.

Reiterou ainda a disposição de retomada do diálogo com os setores que romperam o Conclat (Congresso da Classe Trabalhadora), já que pouco se avançou no último período. “Entendemos que a unificação dos setores classistas e combativos numa mesma central sindical e popular é uma necessidade imperiosa da classe trabalhadora em nosso país”, disse.

Para a realização dessa iniciativa, Marina defendeu a proposta da Secretaria Executiva de levar em conta as resoluções adotadas pelos fóruns da Central, no sentido de dialogar sobre todos os temas colocados no debate, em particular o funcionamento da Central, a composição de sua direção e o nome.

O primeiro passo após a reunião da coordenação sobre esse tema será propor uma reunião com uma representação oficial do setor que se retirou do Conclat no prazo o mais breve possível. Isto porque é fundamental dar passos concretos na construção da unidade de ação ampla de todos os setores que se disponham a se enfrentar com as políticas e ataques do futuro governo, seja de Dilma ou de Serra.

Além disso, convocar uma reunião com todos os setores dos movimentos sindicais e populares, independentemente de sua filiação a alguma central sindical, que se queiram organizar a resistência dos trabalhadores, com a possibilidade de elaboração de um calendário unificado de lutas e mobilizações no próximo ano.
As lutas serão muitas. Em defesa dos salários e direitos trabalhistas, contra a reforma da previdência, pela derrubada do veto presidencial e pelo fim do fator previdenciário, contra a onda de despejos que se anuncia por conta das obras do PAC, das Olimpíadas e Copa do Mundo, contra a criminalização dos movimentos sociais e muitas outras.

“Com essas propostas esperamos contribuir para superar a fragmentação de nossas lutas, o isolamento dos movimentos sociais e avançar nas condições para a unidade orgânica dos movimentos sindicais e populares classistas e de luta do nosso país”, completou Marina.

Diversos segmentos expressaram suas opiniões no debate de uma maneira fraterna e demonstrando que o tema vem amadurecendo no interior da Central. Todos defendem a necessidade do fortalecimento e da reorganização do movimento de esquerda.

Mas como disseram alguns dirigentes, mesmo que cedendo em importantes aspectos, para a CSP-Conlutas é fundamental garantir princípios fundamentais do movimento operário.

Ao final, Marina frisou a necessidade de fortalecimento da Central a partir de seus grupos de trabalho, suas instâncias regionais e o enraizamento na base das categorias e movimentos. Além disso, a CSP-Conlutas irá buscar ampliar seus setores de representação e avançar na formação e democracia interna. 

A resolução será votada na plenária deste domingo.

CSP-Conlutas: Situação nacional traz balanço da presença da Central nas lutas e criminalização dos movimentos sociais

A tarde de sexta –feira na reunião da Coordenação Nacional da CSP-Conlutas foi ocupada pelo debate sobre situação nacional. O membro da Coordenação Executiva Nacional Atnágoras Lopes fez um breve balanço da presença da esquerda nas eleições, que elegeu um baixo número de parlamentares e se deparou com a popularidade do governo Lula que continua fortalecido diante da classe, apesar da votação nacional ter ido acirrada ao segundo turno.

Diante disso, ele alertou que o próximo período será de ataques aos movimentos sociais, aos direitos dos trabalhadores, independente de quem seja eleito para a presidência da República no segundo turno das eleições.
Atnágoras abordou a necessidade de fortalecer as lutas da classe lembrando dos processos que ocorreram recentemente como metalúrgicos do Estado de São Paulo, Paraná, petroleiros ou que ainda estão em andamento como metalúrgicos de Minas Gerais e algumas bases de bancos públicos. Segundo Atnágoras, a greve bancária veio brindar o final dessas campanhas, “onde tivemos um trabalho real”, disse ele, se referindo à presença da CSP-Conlutas nas principais mobilizações que ocorreram neste segundo semestre. 

Ele chamou atenção para a criminalização dessas mobilizações que ocorreram por meio de interditos proibitórios e outras iniciativas da patronal e do governo na tentativa de enfraquecer o movimento e suas entidades. Dentro deste quadro chamou a participação das entidades na mobilização que ocorrerá no próximo dia 21 em defesa do ANDES-SN e também em defesa da organização dos trabalhadores.

Defesa do Andes-SN - A presidente Andes-SN e membro da Executiva da CSP-Conlutas Marina Barbosa resgatou a importância do Andes-SN no processo de representação dos docentes brasileiros para lembrar que ao completar seus 30 anos em 2011, a entidade sofre um ataque do governo Lula que não acatou a decisão judicial favorável à oficialização do Andes-SN e pretende retirar a representatividade da entidade. Baseado nesta política, o Ministério do Trabalho vem autorizando a constituição sindicatos locais de docentes sem vinculação a sua entidade nacional, que é o Andes-SN.
A dirigente reforçou o chamado de Atnágoras para o dia de luta em 21 de outubro, em Brasília, em defesa do Andes-SN e para denunciar as decisões do Ministério Público. “O ataque ao Andes-SN não é algo isolado. Precisamos de fato criar um corpo mais unitário nessa resistência”, completou Marina.

Movimentos Sociais - Outro debate importante travado sobre situação nacional é o que vem acontecendo com os movimentos sociais. O representante do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) Guilherme Simões deu informe das ações da abertura da Jornada Nacional Contra Despejos integrada à campanha Minha Casa, Minha Luta que ocorreu na última semana de 20 a 23 de setembro, organizada pela Resistência Urbana – Frente Nacional de Movimentos. Foram realizados travamentos em rodovias e protestos em diversas regiões do país. Travamentos de rodovias e do principal porto do Pará, de rodovias no Amazonas, no Ceará, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro e pelo menos cinco travamentos de importantes rodovias no Estado de São Paulo.  O último dia de atividades da semana contou com a ocupação do Ministério das Cidades, em Brasília, por 5 horas, com cerca de 300 pessoas organizadas pelo MTST.Simões alertou ao plenário sobre o processo de criminalização que vem sofrendo os sem teto e moradores da periferia.

Exemplificou com o recente incêndio ocorrido em uma favela próxima ao Real Park, no Morumbi, bairro nobre de São Paulo e denunciou que aconteceram mais de 50 incêndios em favelas em 2010. “E, se em média aconteciam 600 despejos em São Paulo por ano, a previsão é de que até a Copa de 2014 haja mais de 100 mil remoções”, frisou o dirigente, que acrescentou que nunca tiveram tantos despejos e remoções como agora.
A tarde contou com os informes das campanhas salariais de bancários, metalúrgicos e das lutas contra opressão como mulheres e negros.